Posts

Aposentadoria de mulheres tem queda acentuada em 2020

12/05/2021 às 19h19

Reforma da Previdência e pandemia fizeram as aposentadorias das mulheres regredirem

Confira o texto elaborado pela Assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim

Governo Bolsonaro: Queda abrupta das aposentadorias das mulheres durante a pandemia em 2020.

Período de ouro de geração de empregos e contribuições à previdência deu oportunidade para que mulheres pudessem chegar à aposentadoria

Com as políticas de desenvolvimento econômico combinadas com políticas de proteção social,  entre os governos Lula e Dilma, entre 2003 a 2014, houve a geração de 20 milhões de postos de trabalho formais, e isso contribuiu muito para que as mulheres pudessem conseguir  se aposentar por tempo de contribuição, devido esse período de ouro de geração de empregos de um governo desenvolvimentista democrático popular.

Analisando os dados do Ministério da Economia, Boletins da Previdência e FIPE, a assessoria de Previdência e Saúde da Fetquim constatou que houve mais oportunidades também  em todo esse período a partir de 2003  até 2014 porque  as mulheres puderam também ter mais oportunidades na educação com a implantação de novas universidades públicas, Escolas técnicas federais, o Prouni (Universidade para todos) e o FIES, e com isso conseguiram se manter por mais tempo no emprego, e conseguindo se aposentar mais. Estudo  da FIPE publicado pelo pesquisador Rogério Nagamini do IPEA,  mostrou que a maior participação das mulheres no mercado de trabalho  subia gradualmente devido a melhoria da escolaridade e houve uma interrupção abrupta desse avanço em 2020 ( Valor Econômico, 11/05/21).

2020: Reforma da Previdência e Pandemia,  fizeram as aposentadorias das mulheres regredirem

Houve uma queda substantiva entre 2019 e 2020 das aposentadorias das mulheres: Em 2019 as mulheres, participavam com 40,5 do total das aposentadorias por tempo de contribuição, enquanto que os homens a participação era de 59,5%. Além do baque da pandemia, houve os reflexos da reforma previdenciária em que : a participação das mulheres foi de 35,2% e para os homens de 64,8%. Esse impacto abrupto, segundo dados dos Boletins da Previdência, mostra-se mais impactante nos números absolutos: Em 2019 houve 385 mil mulheres se aposentando por tempo de contribuição, e em 2020 foi de apenas  293 mil mulheres, uma queda de 100 mil aposentadorias.

Dirigentes da Fetquim protestam contra mais esse ataque à proteção e previdência das mulheres

Para Airton Cano, coordenador político da Fetquim-CUT,  “O modelo perverso neoliberal e o atual governo autoritário com a reforma da previdência atacou principalmente as mulheres, os mais pobres com menos contribuições previdenciárias, jovens e trabalhadores menos qualificados. A mobilização dos trabalhadores deve continuar para que haja mais distribuição de renda,  melhores salários e aposentadorias dignas.”

 André Alves, Secretário de Saúde  da Fetquim,  alertou que as regras da aposentadoria para as mulheres pioraram muito. As mulheres em vez de aposentar com 30 anos de contribuição de idade precisam esperar muito mais tempo para se aposentar, até os 62 e regras da transição da reforma e sabem também que precisam esperar mais para poder ter uma aposentadoria digna. A reforma da previdência trouxe consigo um agravo exigindo mais tempo de contribuição para tentar ter uma condição melhor.  Parte das 100 mil mulheres que não conseguiram se aposentar, são por causa da piora das novas regras. As mulheres  devem continuar trabalhando pois são arrimo de família, são pai e mãe dos filhos, e devem continuar mais tempo nas fábricas. E sem falar daquelas mulheres que morreram em plena pandemia e que não conseguiram se  aposentar. Parte do impedimento da aposentadoria das mulheres decorre desse governo que tem atacado as mulheres, não tem protegido as famílias frente à pandemia, e  tem se  recusado acelerar a compra da vacina, e prejudicado principalmente as mulheres.”

Para o secretário-geral e de imprensa do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo José (Paulão), a falta de investimentos em diversos setores da economia, a falta de uma política de recuperação da economia e geração de empregos tem afetado duramente quem estava prestes a se aposentar por conta do desemprego. “Um outro golpe duro do governo contra os trabalhadores foi a reforma da previdência q alterou as condições para requerer o benefício, inclusive com o aumento da idade tanto pra homens como mulheres”, afirmou.

Fonte: Brasil de Fato, Valor Economico,  Assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim e  Direção da Fetquim.