Decididamente, o ano de 2006 foi o ano da virada no poder de compra da
população, conseqüência direta do aumento de postos de trabalho, dos
programas sociais do governo Lula, do aumento real dos salários, da
política da valorização do salário mínimo, inflação controlada e
aumento de crédito.

Se para a grande parte da população brasileira considerada de baixa
renda, até pouco anos atrás, faltava dinheiro para suas necessidades
básicas, hoje a situação econômica está um pouco mais confortável.

Segundo pesquisa Observador 2007, feita pelo instituto francês Ipsos
Public Affairs, em 2005, a população que formava a classe D e E –
composta por quem ganha até quatro salários mínimos – era de 51% dos
brasileiros. Em 2006, esse percentual caiu para menos da metade da
população, ficando em 46%.

Outra pesquisa, feita pela Latin Panel, reafirma essa tendência e
acrescenta que a classe C passou de 33% da população em 2005, para 37%
em 2006. Ambos avaliam o resultado como conseqüência do aumento de
renda e da posse de bens, ou seja, o brasileiro está consumindo mais. O
grande destaque é o Nordeste, que reúne 25% dos brasileiros. Foi a
região do País que registrou, em 2006, o maior crescimento da renda
média familiar disponível, com alta de 38%.

Se isso já representa um grande avanço na pirâmide social brasileira,
estagnada por décadas e décadas, o PAC – Plano de Aceleração do
Crescimento – pautar o país em torno da questão do crescimento agora em
2007, através da ampliação da infra-estrutura, da ampliação da oferta
de crédito, especialmente nas áreas habitacional e de saneamento.

Crescimento econômico e desenvolvimento do país sim, mas sempre com os
olhos voltados para a distribuição de renda e a valorização dos
trabalhadores e trabalhadoras que, afinal, sempre foram os que
construíram as riquezas deste país.

Por: Milton Nunes de Brito – o Tijolinho – é diretor do Sindicato e trabalhador da Solvay Indupa