Por Paulo Lage
A reunião de entidades sindicais de trabalhadores e empregadores com as instituições públicas com competências e responsabilidades em segurança e saúde dos trabalhadores, realizada dia 11 de março em nosso sindicato, demonstrou a enorme potencialidade da região para tornar-se uma referência nacional em termos de integração prática para a superação de um problema.
O problema é já bastante conhecido: acidentes de trabalho graves e fatais e de doenças profissionais relacionadas ao trabalho que causam enorme impacto social e econômico para a região e o País. Desses, 32% atingem trabalhadores/as da construção civil. E o restante, metalúrgicos, plásticos, bancários, costureiras… Segundo a Previdência Social, um prejuízo anual e nacional de cerca de 56 bilhões de Reais a solapar a nossa economia, com perda de produtividade, gastos com tratamento e reabilitação, benefícios etc.
Nesse primeiro encontro cada instituição informou sobre o que vem fazendo de acordo com suas competências legais e recursos disponíveis. Empregadores, representados pela FIESP e os sindicatos da região, informaram também sobre seus programas e ações. No foco, a prática, e não as diferenças conceituais e ideológicas. Essa é a nossa fortaleza. Esse é o diferencial competitivo de uma região amadurecida pelo diálogo social, a negociação coletiva e as políticas publicas participativas.
O resultado é a evidencia de que fazemos muita coisa em comum, mas desarticuladas, para aumentar a conscientização sobre o assunto e sobre como enfrentá-lo, para a difusão de informação, para a capacitação e o treinamento, na inspeção e vigilância dos ambientes de trabalho e da saúde, para a melhoria da normatização vigente. Conseguir reunir, sistematizar e coordenar essas ações é o grande e inovador desafio.
Para isso precisamos definir um objetivo comum (um “norte”) para onde as empresas, os sindicatos, as câmaras e as administrações municipais, os Centros de Referência em Saúde do Trabalhador, as Superintendências Regionais do Trabalho, o Ministério Público do Trabalho, as agências do INSS e a Previdência Social direcionem suas ações. Esse é o próximo passo dessa articulação regional que ajuda também a promover o trabalho decente e o desenvolvimento do grande ABCD.
Paulo Lage é Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC e Vice-Presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico do Grande ABC