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Massacre do Paraná: a política do PSDB para os trabalhadores

05/05/2015 às 17h19

Nossa total solidariedade aos professores em greve

O atentado da Polícia Militar do Estado do Paraná contra a vida dos professores grevistas não foi um fato isolado ou pontual. Foi a expressão mais brutal e factual do ódio das chamadas “elites” reunidas em torno do PSDB para com a classe trabalhadora.

O massacre ordenado pelo governador tucano Beto Richa refletiu aquilo que vem fazendo contra a presidente Dilma, sindicalistas, partidos e movimentos sociais: ofensas, xingamentos, agressões, manifestações explícitas de preconceito, ódio e intolerância. Só que, desta vez, ao invés de bater panelas, resolveram bater nos professores.

O que queriam estes? Apenas serem ouvidos pelos deputados que iam decidir sobre redução de seus salários e de suas aposentadorias, conforme decisão do governador do PSDB.

Mas as elites não querem mais ouvir ninguém: estão cansados de aturar empregadas domésticas com direitos, reajuste anual de salário acima da inflação, sindicato com poder, peão de cabeça erguida por que não tem mais fome e que não faz mais hora-extra porque tem casa e família para desfrutar. As elites que votaram em Aécio e ele próprio não admitem a derrota nas eleições de outubro passado e desde então vem fazendo um jogo perigoso de desestabilização política que aprofunda a recessão econômica.

Para virar de vez o jogo e voltar a mandar no País em benefício de seus interesses econômicos e familiares, Aécio e o PSDB com o apoio da multinacional Rede Globo e dos grandes jornais, querem aprovar a todo custo o PL 4330 que significará o fim do trabalho decente no País. O presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, necessita aprovar essa Lei para retribuir a empresários a dinheirama que o ajudou a eleger deputados de diversos partidos em todo o País para, finalmente, criar uma maioria a favor do capital e em prejuízo do trabalhador.

Fernando Henrique Cardoso (FHC) começou do mesmo modo o seu primeiro mandato em 1994: ocupando refinarias com tropas do exército para destruir a organização sindical dos petroleiros em greve. O resultado foi a brutal precarização das condições de trabalho na Petrobras, com aumento gigantesco da terceirização, do número de mortes por acidentes e da revogação de diversos direitos e benefícios da classe trabalhadora durante seus dois governos. Até afundar uma plataforma de meio bilhão de dólares e matar 11 trabalhadores em 2001…

Por isso, nossa total solidariedade e apoio aos professores em greve no Estado do Paraná.

Raimundo Suzart – presidente Sindicato dos Químicos do ABC