Crescimento da indústria sinaliza que é possível manter ganhos reais nos salários
A Campanha Salarial dos trabalhadores(as) do setor farmacêutico começa com boas notícias. A indústria farmacêutica no Brasil responde por 16,3% dos 162,3 bilhões de dólares que a indústria química como um todo faturou no País em 2013 e seus resultados foram muito positivos no ano passado. Segundo dados do SINDUSFARMA (sindicato patronal), o volume de vendas cresceu 8,7% em 2013, somando 2,8 bilhões de unidades comercializadas, e o faturamento líquido das empresas cresceu 12,3% em relação a 2012, atingindo 55,7 bilhões de Reais. O mercado de medicamentos genéricos teve desempenho ainda melhor, com expansão de 23%nas vendas, colocando o Brasil como o segundo produtor de genéricos do mundo.
É verdade que boa parte desse lucro já foi enviada para o exterior, pois os grandes laboratórios instalados no País são transnacionais. Mas os trabalhadores(as) estão dispostos a garantir a continuidade de ganhos reais nos salários, que em dez anos acumula 10,7%, e avançar nas conquistas.
A inflação estimada para a data-base da categoria é de 5,5%, bem abaixo dos 7,22% registrados em 2013, o que abre espaço para ganhos reais nos salários e no piso, bem como avanços na PLR mínima, no acesso a medicamentos e na ampliação da licença-maternidade para 180 dias, principais pontos da pauta de reivindicações aprovada e já entregue ao sindicato patronal.
Negociações com data marcada
O calendário das negociações prevê duas rodadas: dia 26/03, às 9h no Sindusfarma, e outra em 28/03, às 14h, no Sindicato dos Químicos de São Paulo.
No ABC, estão cerca de 1.750 trabalhadores em indústrias farmacêuticas, sendo que São Bernardo do Campo concentra 65% dos trabalhadores em indústrias farmacêuticas na região.