Silêncio ensurdecedor! Assim a Internacional de Trabalhadores da Construção e da Madeira (ICM) descreve, em nota pública divulgada nesta sexta 18/11, a ausência de respostas das autoridades do Catar às propostas apresentadas pela federação global com o objetivo de efetivar as promessas de um legado de trabalho decente para os trabalhadores migrantes após os jogos da Copa 22.
O documento enumera as propostas. A primeira delas trata da criação de Centro de Trabalhadores Migrantes para dar sustentação ao trabalho em andamento, servindo como um veículo para os trabalhadores continuarem a desenvolver sua capacidade, compreender seus direitos sob a lei do Catar e ganhar liderança e outras habilidades.
O Centro tem recebido apoio da comunidade mundial do futebol e de organizações de direitos humanos.
As outras propostas estão relacionadas à consolidação das melhorias alcançadas de trabalho saudável e seguro e à implementação do Memorando de Entendimento conjunto ICM-Ministério do Trabalho do Catar, especialmente sobre o respeito e aplicação de reformas trabalhistas, treinamento, uso pelos trabalhadores de procedimentos de reclamação e a institucionalização do Fórum de Líderes Comunitários – a voz organizada das comunidades de trabalhadores migrantes no Catar.
Descompromisso da FIFA
Da mesma forma, a FIFA, que havia adotado uma política de compromisso de respeitar todos os direitos humanos reconhecidos internacionalmente e de promover a proteção desses direitos dos trabalhadores migrantes no Catar não só até 2022, mas depois disso também, agora parece não dar mais a mesma prioridade para esses compromissos.
O que vemos, diz o documento, é um conflito fundamental entre uma forte política de direitos humanos e as ações que tradicionalmente são parte da FIFA.
Na nota pública, a ICM compara a situação dos trabalhadores migrantes no Catar a prorrogação de uma partida de futebol: eles estão jogando, mas o resultado ainda é desconhecido.
“A Copa terminará e os trabalhadores permanecerão a construir e a executar outros serviços que contribuam para o progresso e prosperidade do Catar”.
A ICM, afirma a nota, continuará a acompanhar os trabalhadores migrantes no Catar além da Copa do Mundo de 2022 e até que seus direitos humanos sejam plenamente realizados, protegidos e respeitados.
Veja a íntegra do documento AQUI.
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