… nem no Brasil nem na Turquia: leia a nota do Sindicato condenando a tentativa de golpe na Turquia e solidarizando-se com o Petrol-Is, sindicato da categoria química turca que é parceira da categoria química do ABC em acordo de cooperação internacional
Desde 2010 o Sindicato dos Químicos do ABC desenvolve um projeto de cooperação internacional “sul-sul” com o Sindicato dos Químicos, Petroquímicos, Petroleiros, Farmacêuticos e Borracheiros da Turquia, o Petrol-Is.
No último mês de maio uma delegação de cinco dirigentes turcos esteve no Brasil para conhecer um pouco mais sobre a realidade da indústria química no Brasil, desta vez, na cidade do Rio de Janeiro, com foco em saúde do trabalhador e educação.
Na ocasião, tomamos conhecimento do processo de radicalização político-religiosa em curso naquele país europeu-asiático com população aproximada de 80 milhões de habitantes, em sua maioria, muçulmana.
Petrol-Is se alinha com aqueles que defendem a separação entre política e religião. Petrol-Is defende um Estado laico, democrático, secular e moderno, que não interfira na vida e nos costumes das famílias e das pessoas.
A tentativa desta noite de sexta-feira 15 de julho, por parte de um grupo de militares, de tomar de assalto um governo legitimamente eleito – não importa se progressista ou conservador -, não pode ser aceita em hipótese alguma.
É interessante destacar que Brasil e Turquia são dois países em desenvolvimento que se tornaram protagonistas na geopolítica global na última década sob a liderança dos governos de Lula e de Erdogan, atual presidente turco. Grandes e poderosos interesses econômicos e políticos se sentiram ameaçados pela chegada desses dois novos atores ao cenário global.
Assim como a Turquia neste momento, o Brasil vivencia desde março passado um processo golpista liderado por forças econômicas e políticas conservadoras e religiosas, apoiadas por funcionários de carreira do Estado – desta vez, não militares -, como promotores, juízes e policiais federais que se desviaram de suas funções estritamente públicas.
Assim como no Brasil, os golpistas turcos alegam o “combate a corrupção” para justificar a ilegalidade de seu ato. Planejam, todavia, manter tudo como sempre foi: corrupção sem punição, enriquecimento ilícito, servidão bem remunerada aos interesses econômicos externos, desregulamentação do trabalho e sindicatos fracos para atrair empresas multinacionais e movimentos sociais controlados pela força policial, para garantir a permanência deles no poder, independente da legalidade e da democracia.
Nossa resposta é: não passarão! Nem no Brasil nem na Turquia os golpistas encontrarão o caminho livre para implementar um projeto que não tenha sido legitimamente eleito pelo povo por meio de eleições livres e democráticas.
Nossos sentimentos estão com os familiares daqueles que perderam a vida na resistência ao golpe! Toda nossa solidariedade a Petrol-Is, aos trabalhadores químicos e ao povo da Turquia contra o golpe. Golpistas: não passarão!
A Diretoria.