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Governo Bolsonaro se isola no mundo, não querendo como princípio fundamental da OIT condições de trabalho seguras e saudáveis!

10/02/2022 às 16h53

Por Assessoria de Saúde e Segurança do Trabalho da Fetquim/CUT.

“Com a continuação desse governo genocida estamos prestes a voltar ao século 18”, diz Airton Cano (foto), coordenador da Fetquim, “ Já que o Ministério do Trabalho do Bolsonaro é contrário a inserir como princípio fundamental na OIT condições de trabalho seguras e saudáveis. No dia a dia avançamos muito nos últimos 40 anos aqui no Brasil, quando por exemplo, as principais categorias profissionais conseguiram inserir cerca de 30% de cláusulas nas convenções coletivas de proteção à saúde dos trabalhadores, como os químicos no estado de São Paulo.”

OIT discutirá em maio de 2022 princípios de Segurança e Saúde do Trabalho e continua a denunciar  milhões de mortes e doenças  no trabalho

Em maio desse ano ocorrerà a Assembléia Geral da OIT, onde trabalhadores, empregadores e representações de governo estarão discutindo o aperfeiçoamento das Normas de Trabalho da OIT, que são as convenções e recomendações da OIT.  Segundo a Assessoria de Saúde e Segurança da Fetquim-CUT, desde o nascimento da OIT, em 1919, das cerca de 180 Normas e 200 recomendações, 1/4 dessas normas e recomendações se referem a regras que exigem sempre melhores condições de trabalho e tratam de matérias de saúde e segurança do trabalho. A evolução é constante nas normas de trabalho para termos trabalho cada vez mais seguro e saudável física e mentalmente para evitar o adoecimento e mortes no Trabalho. Esse é um princípio de valorização do trabalho e avanço da civilidade nas relações de trabalho em todas as nações do mundo.

Segundo a OIT, a cada ano 2,78 milhões de mortes são ligadas a doenças vinculadas ao Trabalho, sendo que  os custos econômicos destas mortes e doenças são trilionários no mundo.  No caso brasileiro, o custo com a acidentalidade como um todo, que é a soma dos custos diretos dos benefícios acidentários , e demais custos como assistência médica, parada e perda  de produção, substituição de pessoal entre outros, chega a ser de  mais de 130 bilhões anuais, segundo a Assessoria de Saúde e Previdência da Fetquim, a partir de informações da Previdência.

Não pode haver recuos na proteção da saúde do trabalhador na OIT e no Brasil, senão teremos uma catástrofe

O Secretário de Saúde dos Químicos do ABC, e coordenador da COMSAT, Paulo Sérgio (foto),  assim se pronunciou frente a essa atitude do governo Bolsonaro: “ Na minha opinião será uma grande catástrofe. A postura do governo Bolsonaro deixa o Brasil praticamente isolado na cena internacional nessa discussão, já esperado esse tipo de atitude por parte desse desgoverno. Desde o início do governo houve um desmonte na retirada dos direitos dos trabalhadores. É preocupante ver o Brasil correndo o risco de ficar isolado do mundo ao se posicionar dessa forma contra a inclusão de normas de saúde segura e saudável.”

Com informações do jornal Valor Econômico (09/02/22) e Normas da OIT