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Julho das Pretas: 30 anos do Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha

Escrito por: Redação
12/07/2022 às 17h07

Após dois anos de atividades virtuais, por conta da pandemia de Covid-19, o Julho das Pretas deste ano retoma suas atividades presenciais marcando presença nas ruas com diversos atos e manifestações por todo o país.

A edição de 2022 marca os 10 anos de realização do Julho das Pretas e 30 anos desde que o movimento de mulheres negras da América Latina e Caribe declarou o 25 de Julho como o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha.

Com o tema Mulheres Negras no Poder, Construindo o Bem Viver, a agenda coletiva desta 10ª edição conta com 427 atividades realizadas por mais de 200 organizações de mulheres negras em 18 estados brasileiros, além de uma atividade em Paris, na França. A programação completa pode ser acessada AQUI 

CUT promove Live

Cartaz live Julho das Pretas CUT Nacional homenageia Tereza de Benguela

A secretaria de Combate ao Racismo da CUT Nacional está organizando uma live no dia 26, a partir das 18h, transmitida pelas redes sociais da CUT e entidades filiadas, além de uma série de debates e atividades sobre os desafios e perspectivas das mulheres negras relacionadas a  questões como emprego, renda, sexualização e faixa etária.

A população negra, no geral, incluindo jovens, homens e mulheres, é a mais penalizada por essas crises, mas as mulheres negras sofrem impacto ainda maior. “As pesquisas mostram isso – que as mulheres negras são realmente atingidas de maneira mais forte, perdem o emprego mais rápido e demoram mais para se recolar no mercado de trabalho”, destaca Rosana Fernandes, secretária-adjunta de Combate ao Racismo da CUT Nacional.

Sobre o Julho das Pretas

Criado em 2013, pelo Odara – Instituto da Mulher Negra, o Julho das Pretas é uma ação de incidência política e agenda conjunta e propositiva com organizações e movimentos de mulheres negras do Brasil, voltada para o fortalecimento da ação política coletiva e autônoma das mulheres negras nas diversas esferas da sociedade brasileira.

A agenda celebra o 25 de Julho, Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latino-americana e Caribenha. Desde o início, o Julho foi aderido e potencializado pela Rede de Mulheres Negras do Nordeste, ganhando em poucos anos toda a região e logo depois o Brasil.

Todos os anos, diversos movimentos de mulheres negras se reúnem para decidir um tema para o Julho das Pretas que dialogue com a conjuntura política.

25 de julho também é Dia de Tereza de Benguela

Além de Dia Internacional da Mulher Negra Latino Americana e Caribenha, o 25 de julho é também Dia de Tereza de Benguela, uma das heroínas mais importantes da resistência à escravização do Brasil.

Tereza de Benguela foi uma grande líder quilombola e uma grade estrategista na luta em defesa do seu povo. Deixou um legado importante que é a forte contribuição que a luta das mulheres negras têm na nossa história, luta por melhores condições de vida, luta em defesa da dignidade e da vida.

Conheça um pouco da história de Tereza no vídeo abaixo, produzido pelo Jornal Brasil de Fato e pela TVT.

A data é um marco na luta contra o racismo e uma oportunidade para trazer este tema à tona. Dados sobre violência e desigualdade demonstram a  realidade que atinge massivamente a população negra, principalmente mulheres, incluídas as transsexuais. De acordo com associação de Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas (54% da população) se identificam como negras. E  tanto no Brasil quanto fora, esse grupo é o que mais sofre com as desigualdades socioeconômicas e raciais.

Com informações do Instituto Odara; CUT Brasil e SIPAD