Foram 52% dos acordos ou convenções coletivas com índices de reajustes abaixo da inflação oficial (variação do INPC)
Estámos às vésperas de começar mais uma Campanha Salarial do Setor Químico, que tem data-base em 1º de novembro, e é bom ficar atento sobre como estão as negociações das categorias neste 2021.
Levantamento do Dieese mostra que mais da metade dos reajustes salariais (52,3%) ficou abaixo da inflação (INPC-IBGE) no primeiro semestre desta ano. Esse estudo, chamado Medidor, é feito com base em dados do Ministério da Economia e analisa quase 4.700 acordos e convenções coletivas de trabalho.
Só 16,5% das negociações obtiveram ganhos reais, enquanto 31,2% dos reajustes foram equivalentes à variação da inflação.
Entre os setores, a indústria foi o que teve melhor desempenho nas negociações: 24,9% dos reajustes ficou acima do INPC, em um total de 1.588 acordos. Foram 34,8% equivalentes à inflação e 40,3% abaixo.
O pior resultado foi no setor de serviços, com 65,3% dos 2.318 reajustes perdendo para o INPC acumulado e apenas 12% com aumento real. No comércio (791 acordos), menos ainda: só 11,9% com ganho acima da inflação. Mas a maioria (54,5%) foi equivalente ao INPC.
“No acumulado de 2021, os acordos coletivos – instrumentos assinados diretamente com empresas – continuam com a maior proporção de aumentos reais em comparação com as convenções coletivas – assinados com entidades de classe patronais”, informa ainda o Dieese. De 3.091 acordos coletivos pesquisados, 51,3% tiveram reajuste inferior ao INPC. Foram 1.893 convenções, 53,9% abaixo do índice.
Além das dificuldades impostas pela crise, o crescimento da inflação foi outro desafio para os reajustes salariais. No início do ano, por exemplo, o INPC somava 5,45% em 12 meses. Em julho, já estava em 9,22%, sempre considerado o mês imediatamente anterior à data-base de cada categoria.
Fonte: Rede Brasil Atual