Trabalhadoras químicas, lideranças do Sindicato e uma delegação da Associação dos Aposentados Químicos do ABC se somaram à maior mobilização de trabalhadoras rurais da América Latina
Foi com muita emoção que as trabalhadoras químicas, lideranças do Sindicato e uma delegação da Associação dos Aposentados Químicos do ABC chegaram em Brasília para se unir às mais de 100 mil camponesas na Marcha das Margaridas, realizada no dia 14 de agosto.
A sexta edição da Marcha se somou à 1ª Marcha das Mulheres Indígenas, trazendo ao debate público uma plataforma que reforça a luta por direitos, como a defesa dos serviços de saúde e educação públicas, o combate à violência contra a mulher, a preservação da Previdência social, mas também a resistência a um governo que promove o avanço do desmatamento na Amazônia – que aumentou 67% neste ano pelos dados oficiais do Inpe – ; à liberação desenfreada do registro de agrotóxicos, e ao aumento da violência, com as propostas de armamento.
Desde 2000, a cada quatro anos, mulheres de todo o país marcham vários quilômetros em Brasília em honra da memória de Margarida Alves e para apresentar sua pauta de reivindicações por mais direitos e pela manutenção daqueles que já possuem.
Nas versões anteriores, a organização da Marcha das Margaridas entregou ao respectivo governo federal sua pauta. Este ano não. A multidão de margaridas quebrou a tradição, assumindo um caráter de contestação e não de negociação.
“Foi um encontro com as mulheres de todos o Brasil. Eu parabenizo cada uma de nós que estivemos nesse encontro, por lutarmos pelo nossos direitos, soberania, pelo nossos ideais, igualdade e democracia, direitos iguais. Viva as mulheres!” disse a diretora do Sindicato, Lucimar Rodrigues, coordenadora da Comissão de Mulheres Químicas do ABC.
Quem são as margaridas
Elas vêm principalmente do campo. São mulheres sem-terra, agricultoras familiares, acampadas, assentadas, assalariadas, trabalhadoras rurais, artesãs, extrativistas, quebradeiras de coco, seringueiras, pescadoras, ribeirinhas, quilombolas, indígenas.
Na avaliação da coordenadora geral da Marcha das Margaridas, Mazé Morais, também dirigente sindical pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), a marcha demonstrou como a “solidariedade é fundamental para construir a luta” nos dias atuais.
“Pela primeira vez realizamos uma marcha em um governo de extrema direita e fascista, em um contexto intenso de retirada de direitos. Mas, mesmo diante perseguições aos movimentos sociais e a lideranças, conseguimos realizar a nossa maior marcha até o momento. As mulheres voltam para os seus territórios mais fortalecidas”, afirma.
Segundo Mazé, o evento teve ainda a participação inédita de delegações de 27 países, sendo eles Antígua, Argentina, Bolívia, Bangladesh, Barbados, Chade, Camarões, Chile, Colômbia, Congo, El Salvador, Espanha, Gana, Guatemala, Honduras, Inglaterra, Nepal, Nigéria, Panamá, Paraguai, Peru, Quênia, República Dominicana, São Vicente e Granadinas, Uganda e Uruguai.
Com informações da CUT-SP e Jornal Brasil de Fato
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