Químicos do ABC realizaram protesto com paralisação na BASF Demarchi, em SBC, Henkel, em Diadema, e Cromos, em Mauá
Milhares de trabalhadores foram às ruas de todo o País desde a manhã desta quarta-feira (15) para protestar contra a aprovação do Projeto de Lei 4330 da Terceirização. O Dia Nacional de Paralisação foi convocado e organizado pelas centrais CUT, CTB, Nova Central, Intersindical e Conlutas e pelos movimentos sociais do campo e da cidade com o objetivo de derrubar o PL 4330, proposta aprovada pelo Congresso no último dia 8, que libera as terceirizações em todas as atividades e enterra direitos trabalhistas históricos.
A CUT ainda não divulgou um balanço das paralisações nem do número de manifestantes, mas em cerca de 24 Estados, nas maiores cidades do país, confirmaram a realização de manifestações. Assembleias, protesto com paralisações de algumas, atrasos na entrada dos turnos e fechamento de rodovias estão entre as ações que foram programas e realizadas.
BASF Demarchi, Henkel e Cromos
A categoria química do ABC aderiu aos protestos, realizando atos com paralisação de mais de três horas na BASF Demarchi, em São Bernardo, e na Henkel, em Diadema, na manhã da quarta-feira, e empresa Cromos, em Mauá, realizou assembleia e atraso na entrada do turno da tarde para protestar contra o PL 4330.
“Os trabalhadores químicos estão na luta com toda a classe trabalhadora contra esse PL 4330, que significa perda de direitos, desemprego e precarização do trabalho. O projeto conta com o apoio de vários deputados que traíram os trabalhadores, como o Paulinho da Força, e o Alex Manente, um dos deputados com maior número de votos no Grande ABC e que votou a favor dos patrões”, destacou o presidente do Sindicato, Raimundo Suzart.
Fábricas paradas, rodovias fechadas
Trabalhadores de diversas fábricas fizeram protestos e paralisaram atividades nesta manhã, entre elas a Embraer, General Motors, Honda, Toyota e Mercedez-Bens. No Grande ABC, cerca de 20 mil metalúrgicos saíram em passeata, fechando a Via Anchieta. Eles realizaram assembleia a partir das 7h nas montadoras Ford, Volks e Scania e pouco antes das 8h ocuparam a Rodovia Anchieta. Na Mercedes-Benz, a empresa suspendeu o ônibus para impedir que os trabalhadores se engajassem na luta contra as terceirizações, mas a categoria reagiu e se juntou aos demais na mobilização.
Professores, alunos e funcionários da USP bloquearam a entrada da Cidade Universitária das 7h às 9h30 contra a PL da Terceirização. Em seguida, os manifestantes seguiram em caminhada até a Estação Butantã do metrô, onde reivindicaram a reintegração dos 40 trabalhadores demitidos durante a última greve dos metroviários.
Manifestantes também bloquearam a rodovia Dutra e rodovia Anhanguera foi totalmente interditada no sentido capital por volta das 7h.
Trabalhadores aeroviários, moveleiros, da construção civil, entre outros de Guarulhos e região, fizeram caminhada nas ruas e dentro do Aeroporto Internacional de Cumbica. Nos terminais, aeroviários fizeram protesto contra o PL 4330 às 7h, unidos a funcionários da Lan Chile que estão em greve por melhores condições de trabalho e salário.
Os bancários iniciaram o dia de paralisação às 7h30 no Telebanco Bradesco no Largo Santa Cecilia, centro paulistano, alertando que Terceirização nos bancos põe em risco funcionários e clientes. Haverá paralisação em agências e centrais de atendimento em várias regiões.
Atos Públicos
Na parte da tarde, trabalhadores e dirigentes sindicais protestaram contra o Projeto de Lei 4.330 em frente à sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), na avenida Paulista. A entidade, uma das apoiadoras do PL 4330.
Para o presidente da CUT, Vagner Freitas, o empresário brasileiro não quer criar emprego, mas ganhar dinheiro. “Usa uma desculpa de que o projeto é pra gerar segurança jurídica, e o que eles querem é segurança jurídica pra explorar os trabalhadores, não pagar direitos trabalhistas, aplicar longas jornadas e, com o Projeto 4.330, evitar que isso seja questionada na Justiça.”
Gilmar Mauro, do MST, disse que projeto traz para o meio urbano a gravidade de uma situação que já é aplicada no meio rural, que é a ausência de direitos trabalhistas, e a presença do trabalho por produção levado à exaustão. E citou o exemplo dos cortadores de cana-de-açúcar, que ganham por produção e chegam a fazer jornadas exaustivas, deixando muitos doentes em consequência dos esforços, sem conseguir mais trabalhar.
Os sindicalistas ficaram diante da Fiesp até que a chegada de outro grupo, formado por movimentos sociais, que estão fazendo um ato no largo da Batata, em Pinheiros, zona oeste. Professores da rede pública estadual, em greve, também irão para a Paulista, após participar de audiência na Assembleia Legislativa.
Confira as fotos dos protestos desta quarta-feira na categoria química do ABC:
Confira no site da CUT Nacional os protestos que ocorreram pelo país aqui
Com informações da CUT-SP, Rede Brasil Atual e lideranças sindicais.