Nesta sexta-feira, 8 de novembro, a partir das 18h, na sede do Sindicato, em Santo André, os trabalhadores e trabalhadoras da categoria química do ABC vão decidir os encaminhamentos da Campanha Salarial 2013, avaliando a contra proposta patronal e se autorizam ou não a assinatura da convenção coletiva.
Na negociação do dia 31 de outubro, os representantes patronais, após a recusa da bancada dos trabalhadores a uma primeira proposta de 7%, solicitaram recesso e trouxeram uma segunda contraproposta, definindo-a como “final”:
– Reajuste de 7,5% nos salários até o teto de R$ 7.375,25, acima disso, valor fixo de R$ 553,14
– Piso salarial de R$ 1.135,67 para empresas com até 50 trabalhadores (7,5%) e de R$ 1.159,49 para empresas com mais de 50 trabalhadores ( 8%)
– PLR Mínima de R$ 850,00 para empresas com até 50 trabalhadores (8%) e R$ 930,00 para empresas com mais de 50 trabalhadores (12,5%).
A bancada dos trabalhadores deu por encerrada a negociação, já que a patronal deixou claro que os 7,5% era a proposta definitiva, e decidiram pelos seguintes encaminhamentos: decretar Estado de Greve e continuar com as mobilizações nas fábricas para pressionar por melhoria na proposta e pelo atendimento das reivindicações específicas nos locais de trabalho.
Aumento real
O índice da contraproposta representa um aumento de real próximo de 2%, caso se confirme a estimativa do Banco Central de 5,52% de inflação para o período da data base (1º de novembro). Em comparação ao ano passado, o ganho é maior. Os dirigentes dos trabalhadores, no entanto, avaliam que a proposta poderia ser melhorada, por isso decidiram pelo Estado de Greve até a realização das assembleias da categoria que ocorrerão de 8 a 10 de novembro, e quando os trabalhadores irão se posicionar sobre a aceitação ou não da proposta.
Em relação às outras reivindicações, os representantes afirmaram que a assembleia patronal deliberou que só negociará cláusulas sociais em 2014.
“Estamos num ano atípico, há disposição de lutas dos trabalhadores, temos muitas empresas mobilizadas, outras com conquistas importantes, isso significa que podemos ampliar a pressão por um aumento real maior e pelo atendimento de pautas específicas em cada local de trabalho”, afirmou o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Paulo Lage.
Pauta permanente
O coordenador da Fetquim, Raimundo Suzart, fez questão de enfatizar que independente do período da campanha salarial, a categoria e a federação possuem uma pauta permanente de reivindicação que será cobrada do setor patronal nas fábricas, fóruns de discussão ou grupos de trabalho. Nos itens desta pauta estão a redução da jornada de trabalho, a licença maternidade de 180 dias, a nanotecnologia e a cesta básica.
Categoria dá a palavra final
Para que a categoria decida sobre os rumos da campanha, o Sindicato dos Químicos do ABC realiza assembleia geral no próximo dia 8 de novembro – sexta-feira, às 18h, na sede da av. Lino Jardim, 401 – Vila Bastos.