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O Brasil precisa parar Bolsonaro: essa será a mensagem dos panelaços deste 31 de março

31/03/2020 às 12h16

CUT e demais centrais sindicais e as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo convocam a população a mais um panelaço em resposta aos discursos e ações de Bolsonaro, que vão na contramão de medidas de prevenção ao novo coronavírus

Com a mensagem “o Brasil precisa parar, Bolsonaro”, a CUT, centrais e frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, artistas e personalidades estão convocando a população para um panelaço nas janelas nesta terça-feira (31), às 20h30, em defesa da vida e contra a postura do governo de Jair Bolsonaro de ignorar as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OSM) de isolamento social para conter a disseminação do novo coronavírus (Covid-19) que já matou mais de 39 mil pessoas no mundo e mais de 160 no Brasil, e sair por Brasília provocando aglomerações e dar entrevistas contra a quarentena, gestos e falas que podem levar milhares de brasileiros à morte. 

Os atos serão uma resposta à campanha “o Brasil não pode parar” produzida por Bolsonaro contra o isolamento social que já foi inclusive proibida pela Justiça brasileira que determinou que o governo tirasse do ar as peças que estavam sendo publicadas nas redes sociais do governo.

Em matéria sobre o panelaço, publicada pelo Jornal Valor Econômico desta terça-feira, vários sindicalistas e lideranças dos movimentos sociais chegaram a dizer que o “Fora, Bolsonaro” é um dos gritos de guerra desta terça e o presidente da CUT, Sérgio Nobre, endossou afirmando que ou ele renuncia ou tem de ser impedido de comandar o país.

As lideranças sindicais, de movimentos sociais e de partidos sugerem que durante o ato a população use cartaz, placas e faixas nas janelas para pedir a Bolsonaro que leve mais a sério o tratamento da pandemia do novo coronavírus.

A data foi escolhida pelo movimento para contrapor o 31 de março de 1964, quando o país sofreu um golpe civil e militar e que deu início a ditadura militar no país que durou 21 anos. No período muitos foram assassinados por discordar do governo, outros foram torturados, sumiram, foram exilados.

#DitaduraNuncaMais

Desde as primeiras horas do dia a #DitaduraNuncaMais no Twitter já era o primeiro assunto mais comentado no Brasil e o terceiro no mundo. A hashtag é para lembrar os 56 anos do Golpe Civil e Militar que assombrou o país por 21 anos.

O Deputado Federal, Paulo Pimenta (PT), postou em seu Twitter sobre o tema junto com um vídeo com trechos de documentários que contam a história do golpe:

“Em 31 de março de 64, um golpe militar, com o apoio dos Estados Unidos, derrubou um presidente eleito, acabando com as liberdades, prendendo, torturando e assassinando. Em um governo repleto de militares precisamos lembrar para que não se repita”.

O líder do Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), Guilherme Boulos, escreveu que “hoje completam 56 anos do golpe de 1964. Marco de autoritarismo, torturas e perseguição covarde. Marco para a democracia brasileira foi o movimento das Diretas, que encerrou essa noite sombria de 21 anos”.

Por Érica Aragão – CUT Brasil