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Químicos do ABC representam Rede BASF América do Sul em Reunião Global

Escrito por: Redação
25/09/2023 às 19h22
Químicos do ABC representam Rede BASF América do Sul em Reunião Global

Atividade foi realizada pelo sindicato global IndustriALL na sede do sindicato dos químicos da Turquia (Petrol-Is), em Istambul

O Secretário de Administração do Sindicato, Fábio Lins, trabalhador na BASF, participou nesta segunda-feira da Reunião Global de Representantes Sindicais da BASF.

Ele foi responsável por representar a Rede BASF América do Sul na atividade que integra as Reuniões Globais da Indústria Química e Farmacêutica, realizadas de 25 a 27 de setembro de 2023, em Istambul, Turquia, promovidas pelo Sindicato Global IndustriALL.

Na reunião, as discussões abrangeram desde a situação atual, perspectivas futuras e situação do emprego na BASF até estratégias sobre o trabalho futuro para avançar a rede sindical global da BASF e construir relacionamentos com a empresa.

Representantes das redes sindicais BASF América do Sul e Ásia-Pacífico e da BASF na Europa, América do Norte e na África apresentaram dados sobre as regiões, pontuaram os avanços e destacaram os atuais desafios.

Participaram da atividade representantes sindicais da Alemanha, Turquia, Indonésia, Índia, Bélgica, Estados Unidos, África do Sul, Argentina e Brasil.

Químicos do ABC representam Rede BASF América do Sul em Reunião Global

Fabio Lins

Rede BASF América do Sul

Na sua apresentação, Fabio falou da estrutura da organização dos trabalhadores da BASF na América do Sul, os negócios da BASF na região, a história da Rede, as maiores dificuldades encontradas e principais avanços nos quase 25 anos da Rede.

“Conseguimos estabelecer o diálogo social nestes 25 anos, a negociação nacional da PPR, a eleição de Comissão de Fábrica mesmo sem termos previsão legal no Brasil e nos demais países da região. Também conseguimos implementar políticas de Inclusão e diversidade, e, na área de Segurança e Saúde no Trabalho, conseguimos a participação de representantes do Sindicato e da OLT nas análises de risco e de investigação de acidentes, incidentes ou enfermidades”, pontuou o dirigente.

ALERTA à empresa

Em relação à situação atual, Fabio destacou que a Rede tem percebido um empoderamento do Setor Jurídico da empresa, ou seja, os advogados estão dando a última palavra em questões antes gerenciadas pela área de Recursos Humanos, o que vem enfraquecendo a capacidade do diálogo social continuar gerando bons resultados para os negócios e para os trabalhadores.

“Atualmente, se nota: menos informação, menos consulta e menor participação dos representantes dos trabalhadores em temas relacionados as condições de trabalho e relações sindicais. Isso é um ALERTA para a gerência corporativa da Alemanha, pois a reputação da empresa está em jogo”, disse.

Químicos do ABC representam Rede BASF América do Sul em Reunião Global

Periculosidade e denúncia internacional

Como exemplo dessa situação de enfraquecimento das relações trabalhistas e sindicais, Fabio Lins mencionou dois acontecimentos recentes.

O primeiro, na BASF Demarchi, onde houve a redução do rendimento do trabalhador devido à retirada de um adicional de 30%  do salário (periculosidade – referente ao risco de incêndio e explosão em uma fábrica de tintas à base de solventes e de água). Em Jaboatão, esse tema também está presente.

O segundo, em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, com o resgate de 85 trabalhadores, entre eles onze com idade entre 14 e 17 anos, de duas fazendas arrendadas pela empresa para a multiplicação de sementes de arroz. Eles estavam trabalhando em condições análogas à escravidão. A BASF pagou uma indenização de 9 milhões de reais depois de assinar um Acordo de Conduta com as autoridades públicas.

“Em ambos os casos”, explica Fábio, “não houve consulta nem informação prévia aos sindicatos e representantes dos trabalhadores. Na Demarchi, só houve abertura de negociação após mobilização dos trabalhadores chamando uma paralisação, mas ainda em condições de desvantagem para nós. Mas já avisamos: se a BASF não mudar de postura, ela será denunciada nos organismos internacionais – na OIT, OCDE e ONU”, disse.

Trabalhadores são os melhores auditores

Por fim, Fabio reafirmou que as empresas deveriam valorizar as relações trabalhistas e sindicais, pois os melhores auditores são os trabalhadores e trabalhadoras da empresa. “Apenas precisamos ser informados previamente. Sermos consultados quando corresponda e, termos garantido sempre, o direito de negociar coletivamente”, concluiu.