A história do Sindiquim é sempre o espelho da história da diretoria da entidade e da categoria química do ABC. Por isso, faz bonito, ganha prêmios e tornou-se referência na comunicação sindical.
Em alguns períodos diários, em outros trimestrais, mensais, semanais ou quinzenais. Não importa, da primeira edição de junho de 1969 a esta edição de junho 2014 são 45 anos cumprindo o importante papel de levar a informação à categoria química do ABC
O Sindiquim é o segundo mais antigo jornal sindical em circulação no ABC, depois de O Metalúrgico, criado em 1963.
Em preto e branco ou coloridas, em papel jornal, off set ou couché, as capas do Sindiquim estamparam parte da história deste país e das batalhas por melhores condições de vida e trabalho, tendo a voz da categoria química como instrumento de luta.
Chamado de boletim ou jornal e até ”jornalzinho do Sindicato”, a história do Sindiquim é sempre o espelho da história da diretoria da entidade e da categoria química do ABC. Por isso, faz bonito, ganha prêmios e tornou-se referência na comunicação sindical.
1969 – 1982: Dos anos de chumbo a virada pró-CUT
O primeiro jornal da história dos Químicos do ABC foi criado a pedido do diretor Alexandre Nunes, trabalhador da Fontoura (atual Colgate), que queria um boletim que explicasse à categoria as vantagens que o Sindicato oferece aos sócios. Assim, em junho daquele ano circulou a edição nº 1, destacando na capa a nova sede da entidade e as lutas na Atlantis, na Rhodia e na Anhembi.
Estávamos em 1969, sob o manto do Ato Institucional nº5 e início dos anos negros da ditadura militar. O ano em que o homem pisou pela primeira vez na Lua e o ano da realização do Festival de Woodstock. A guerra fria imperada, a guerra do Vietnã estava no auge e o mundo assistia ao crescimento do movimento de contracultura.
Em 1969 foram duas únicas edições e um total de 18 publicações até 1982, ano da vitória da oposição pró-CUT quando tudo no Sindicato começou a mudar.
Anos 80 – Novos tempos no Sindicalismo e na comunicação sindical
Com a posse da nova diretoria, presidida por Agenor Narciso, começa as gestões cutistas da entidade e o Sindiquim inaugura uma nova fase, com linguagem inovadora, ousadia e muita ilustração. A publicação chega a ser diária para denunciar as arbitrariedades que aconteciam dentro e fora das fábricas.
Se economicamente os anos 80 no Brasil ficaram conhecidos como a década perdida, terminando com uma hiperinflação que chegou a bater os 84% no mês de março de 1990, no contexto político foi a década de importantes avanços na organização dos movimentos populares e sindicais. Vários instrumentos de luta foram criados, como o PT, a CUT, o MST, movimentos sociais urbanos e outras expressões do avanço da luta de classes e da luta democrática contra a ditadura. Década em que foi promulgada a Constituição Federal de 1985, após a chamada Constituinte Cidadã, devido à grande participação popular por meio de mobilizações e emendas.
Anos 90: o triunfo do neoliberalismo e o pesadelo para a classe trabalhadora
O fim da Guerra Fria entre os EUA e a URSS, simbolizado pela queda do Muro de Berlim, e o novo avanço do capitalismo com a globalização mundial estabeleceram uma nova ordem geopolítica. No Brasil, avança o chamado neoliberalismo e sua lógica destrutiva do capital sobre o trabalho. Para aqueles que só tinham a força de trabalho para sobreviver são tempos muito difíceis: desemprego estrutural, precarização das relações de trabalho, estado mínimo, flexibilização e eliminação de direitos.
Na batalha diária em defesa dos trabalhadores(as) químicos diante dos sucessivos ataques dos patrões, o Sindiquim tem o coroamento do seu trabalho. Em 1992 a edição especial “Parar a produção para não parar a vida” é eleito, por unanimidade, como a melhor publicação na área de saúde e segurança do trabalho, por um júri composto de representantes da CUT, Força Sindical e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Ainda em 1992, Sindiquim ganha o troféu “O Pequeno Jornaleiro” e em 1993 e 1995 o jornal recebe o troféu “A prensa de Gutemberg”.
Anos 2000: Pela primeira vez o Palácio do Planalto foi uma casa de todos os brasileiros
Após o Brasil quebrar três vezes sob o comando de Fernando Henrique Cardoso, em 2002 Lula é eleito presidente da República, é reeleito em 2006 e elege a presidenta Dilma como sua sucessora em 2010. A marca do governo Lula é crescimento econômico com distribuição de renda. O Brasil bate recordes sucessivos na balança comercial, paga a dívida com o FMI e acumula reservas significativas. Um total de 35,7 milhões de brasileiros chega à classe média e 20,5 milhões saíram da pobreza. Inflação fica dentro das metas e foi um dos últimos países a sentir o baque da crise financeira internacional e um dos primeiros a retomar o crescimento.
A comunicação do Sindicato entra na era digital e inaugura seu site. O Sindiquim ganha sua versão eletrônica. Estamos na era da informação em tempo real, um desafio ao movimento sindical.
2011 a 2014: o mundo em crise e comunicação torna-se o desafio do século
Crise mundial se intensifica. Desemprego e ataques aos direitos sociais na Europa e desigualdades sociais disparam. Os países BRICs (Brasil, Rússia, Índia e China) vão liderando a economia no mundo. No Brasil, mobilizações populares crescem e acirra-se a disputa entre os dois projetos: a volta do neoliberalismo, representada por Aécio Neves, e o aprofundamento das mudanças, representado pelo PT. Na pauta do dia: a necessidade de democratização dos meios de comunicação e a reforma política para trazer de volta a credibilidade às instituições.
As novas tecnologias, em especial a Internet, mudam a forma de comunicação no mundo. O uso cada vez maior das redes sociais desafia a grande mídia, dá visibilidade a novos atores sociais, modifica comportamentos e muda até a forma de organizar movimentos populares e sociais.
Para o sindicato, o desafio é conquistar espaço e credibilidade nos corações e mentes dos trabalhadores quando as ofertas de informação são tantas – na forma e no conteúdo.
O Sindiquim segue inovando, integrando-se ao novo site do Sindicato, com novas ferramentas e maior interatividade.