Em assembleia realizada na tarde desta quarta-feira, 2 de outubro, os trabalhadores/as decidiram iniciar uma greve por tempo indeterminado a partir de 8 de outubro, caso a BASF não abra negociações imediatas com o Sindicato dos Químicos do ABC.
A decisão é uma reação ao anúncio da venda da unidade de tintas SUVINIL/GLASU, que foi divulgada pela BASF na semana passada sem prévio aviso ou negociação com o Sindicato.
Os trabalhadores/as querem a garantia de manutenção dos empregos no setor de tintas Suvinil e demais setores impactados, com a suspensão de qualquer demissão nesse site até que as partes concluam as negociações.
E mais: em caso de venda da Suvinil/Glasu, a nova empresa proprietária deverá cumprir todas as obrigações que já estão em andamento, o que deve ser garantido por uma cláusula no contrato de compra e venda.
Sem trégua
Em abril deste ano, o Sindicato já havia liderado um processo de negociação envolvendo o fechamento da unidade de fabricação de tintas automotivas, um processo difícil e mediado por autoridades, como o Ministério do Trabalho e o Tribunal Regional do Trabalho.
“Reforçamos que o diálogo e a negociação são os melhores caminhos para resolver conflitos, porém, a BASF insiste em agir de maneira autoritária, desrespeitando normas internacionais de trabalho e diretrizes da OCDE”, afirma Fabio Lins, secretário de administração do Sindicato dos Químicos do ABC e trabalhador na BASF Demarchi.
Abertura imediata de negociações ou GREVE
A assembleia decidiu pela exigência de abertura imediata de negociações para tratar dos impactos sociais da venda da Suvinil/Glasu, além de outras questões relacionadas a práticas da BASF que foram solucionadas por meio de negociação, mas ainda não foram colocados em prática pela empresa
“Reafirmamos nossa disposição para negociar, nos termos já aprovados pela assembleia”, completou Lins.
Confira abaixo a pauta de reivindicações aprovada na assembleia e que será entregue para a direção da empresa:
1. Estabilidade no emprego para todos/as até junho de 2027;
2. Manutenção do adicional de periculosidade com o pagamento do retroativo a outubro/2022 para
os/as admitidos/as e promovidos/as;
3. Não terceirização dos setores de logística interna e externa, manutenção e bombeiros;
4. Manutenção do mesmo patamar de remuneração dos salários e PPR;
5. Renovação por 24 meses os acordos de jornada 6×3/36 horas semanais e 6×1/39 horas
semanais com saídas aos sábados as 18h mais 26 folgas aos sábados e domingos. Incluir
cláusula de ultratividade;
6. Manutenção do direto ao Sistema Democrático nas Relações de Trabalho através de eleição, diálogo e negociação com a Comissão de Fábrica;
7. Pacote especial a todos/as os/as trabalhadores/as que forem desligados por ocasião da
venda/aquisição da BASF;
8. Cumprimento de toda a convenção coletiva de trabalho aplicada;
9. Manutenção do convênio médico e odontológico, de forma ininterrupta nas mesmas condições hoje oferecidas;
10. Manutenção do Acordo de Jornada Flexível para o horário administrativo, o Equilibre. Incluir cláusula de ultratividade;
11. Manutenção do benefício da Previdência Privada;
12. Premiação por tempo de serviço prestado negociado em 2015 e ratificado no TRT 2, quando do Acordo Coletivo da ECO.
13. Respeito à todas as Normas de Saúde e Segurança no Trabalho. Respeitar todas as
estabilidades, inclusive dos sequelados.
Fotos: Dino Santos