A Lei 13.457 de 26.06.17 que validou a MP 767 continuará a cassar auxílios-doenças e aposentadorias de invalidez de muitos trabalhadores. O Massacre de Temer contra os Direitos do Trabalho e Previdência está em curso
Por Remigio Todeschini
Tanto a MP 739, como a MP 767 foram editadas pelo Governo corrupto e golpista dos direitos dos trabalhadores, com a finalidade de revisar os benefícios por incapacidade (Auxílios-doenças e Aposentadorias por invalidez). Pior, que agora no final de junho (2017), a MP 767 foi transformada definitivamente em lei, por um Congresso e Senado cheio de deputados e senadores denunciados por corrupção e outros crimes. Em síntese, essa lei cria novas exigências de carência para que o trabalhador obtenha o seu benefício: se perder o emprego deverá cumprir mais 12 meses de carência, ou seja até que não cumpra esse período não terá direito ao auxílio doença e invalidez. Limita o benefício do auxílio-doença por 120 dias, quando não houve outra determinação expressa da Perícia. Continua a conceder um adicional de cassação (degola) de benefícios, aos médicos peritos que fizerem as revisões, no valor de 60 reais por perícia executada. Ironicamente a lei dá direito a que os trabalhadores tenham direito à Reabilitação Profissional, porém o orçamento previdenciário é inexistente e pífio e sem concretamente readmitir os trabalhadores para outras funções nesta crise cruel.
Veja abaixo tabela da redução desses benefícios durante o Governo Temer de abril de 2016 a abril de 2017: O Auxílio-doença neste período teve reduções de 10% a 18%, assim como a Invalidez da Renda Mensal.
Quantidade de Benefícios emitidos INSS
Tipo de Benefício |
Abril de 2016 |
Abril de 2017 |
Redução |
Aux.Doença Prev. |
1.572.966 |
1.417.142 |
10% |
Aux.Doença Acident. |
163.251 |
134.814 |
18% |
Invalidez (Renda mensal) |
127.543 |
114.673 |
10% |
Fonte: Subsecretaria de Políticas de Prev. Social. Abril de 2017
A Situação dessa crise agravada pela redução brutal do emprego e recessão, em nome do falso combate à corrupção sem provas e destruição de empresas, destruição da política e sindicatos (vide reforma trabalhista em curso), é acirrada ainda mais com essas medidas punindo trabalhadores não lhes garantindo o direito previdenciário de doença ou invalidez. Sem falar que trabalhadores doentes afastados, sem meios de subsistência agravam a subsistência da família e sofrem ainda mais com suas doenças e incapacidades, aprofundando o círculo vicioso da violação psíquica e do sofrimento mental, podendo levar até a suicídios e diminuição de sua expectativa de vida.
O Caminho continua sendo a mobilização permanente nas ruas, greves, o Fora Temer, retomada do papel do Sindicato como defensor e organizador dos direitos dos trabalhadores desde o local de trabalho, até as Centrais Sindicais para que não haja nenhum direito a menos.
O momento é oportuno, nos sindicatos, para organizar esses trabalhadores e aposentados atingidos pelo corte dos direitos previdenciários ( Auxílio-Doença e Aposentadoria por invalidez) em grupos de pressão junto às Agências do INSS pelo país, além das medidas jurídicas e administrativas contra o INSS.
Remígio Todeschini – ex-presidente do Sindicato dos Quimicos do ABC. Pesquisador da área de Saúde, Trabalho e Previdência