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Violência contra a mulher atinge 43% das brasileiras

03/06/2016 às 11h44

Esse e outros dados alarmantes foram debatidos na segunda plenária preparatória à 1ª Conferência das Mulheres Química do ABC

No sábado 21/5 foi realizada na regional de São Bernardo do Sindicato a segunda plenária preparatória rumo à 1ª Conferência das Mulheres Químicas do ABC, com o tema Violência contra a Mulher.

Para falar sobre o assunto foi convidada Dulce Xavier, que é secretária adjunta da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Prefeitura de São Paulo.

Dulce abordou os vários tipos de violência que as mulheres são vítimas, inclusive as simbólicas como a violência pelo Estado (não respeita e nega direitos), a religiosa (prega simbologia negativa da mulher), social (discriminação, desvalorização e assédio) e a violência pelo sistema econômico (diferença salarial, não reconhecimento pelo sistema político, ausência de poder).

“Somos maioria nas universidades, trabalhamos 8 horas por dia mais a jornada do trabalho doméstico e mesmo assim continuamos recebendo salários menores do que os homens”, disse Dulce, destacando que hoje no Brasil 44% da população têm mulheres como chefe de família.

Violência ao corpo da mulher

Como exemplo da violência ao corpo da mulher, Dulce enumerou os nascimentos nos hospitais privados, dos quais 90% são por cesáreas; os anticoncepcionais agridem com hormônios o corpo feminino; o uso desnecessário da episiotomia (corte vaginal na hora do parto normal); e o questionável uso de reposição hormonal na menopausa, para não menstruar; entre outros.

Violência doméstica

Outros dados assustadores aparecem quando olhamos para as famílias brasileiras. “Nos últimos dez anos foram assassinadas 41.532 mulheres, de acordo com o Mapa da Violência do Instituto Zangari”, apontou Dulce, “e 43% das brasileiras já sofreram algum tipo de violência doméstica”.

Ela orientou as mulheres a procurarem, em qualquer caso de violência, o Centro de Referência e Apoio à Mulher, que fica na rua Dr. Fláquer, 208 – 2º andar, no Centro de São Bernardo, telefone: 4125 9485.

Nele, a mulher encontrará profissionais preparados para dar orientações sobre violências físicas, psicológicas, sexual, patrimonial, moral e atendimento psicológico, social e jurídico, incluindo o encaminhamento para abrigo sigiloso, se for o caso.

Principais reivindicações das mulheres

Dulce pontuou também as demandas mais faladas pelas mulheres nas suas palestras: a necessidade de creche com horário estendido – para a mulher que trabalha em diferentes horários, e a necessidade de um espaço para amamentação, que é tão importante para a saúde da mulher como da criança.

 

 

 

Próxima Plenária será na regional Santo André

A terceira e última plenária terá como tema As mulheres e as políticas públicas e será no dia 25 de junho, das 8h30 às 13h, na sede do Sindicato: av. Lino Jardim, 401 – Vila Bastos – Santo André – Tel. (11) 4433-5820

A ideia é ouvir as mulheres químicas, suas queixas e sua situação nas fábricas e na sociedade para, a partir daí, iniciar a construção de políticas para mulheres no Sindicato.

A 1ª Conferência das Mulheres Químicas do ABC está marcada para o dia 16 de julho, na Chácara Recanto dos Pássaros, em Rio Grande da Serra.

Todas as trabalhadoras que participaram ao menos de uma das três plenárias preparatórias são automaticamente delegadas para a Conferência.