Nesta quarta-feira, 14, coordenação do Projeto realizou protesto contra a ameaça de despejo
Educadores sociais, militantes, crianças e jovens realizaram uma manifestação na tarde desta quinta-feira(14), contra a ameaça de despejo do Projeto Meninos e Meninas de Rua (PMMR) de sua sede em São Bernardo do Campo, perpetrada pelo prefeito Orlando Morando(PSDB).
A reivindicação é que o projeto social permaneça na sua atual sede por direito. A concentração da manifestação, na Praça da Matriz, contou com atividades culturais, como capoeira e Batalha de Matrix, além de recital e apresentações musicais para sensibilizar a população para essa luta.
De acordo com reportagem do Jornal Brasil De Fato, desde 1989 a ONG ocupa o prédio, que pertence ao munícipio, no centro de São Bernardo do Campo. Em 2020, mesmo durante a pandemia, o prefeito Morando decidiu reaver o imóvel. A medida surpreendeu toda a equipe do projeto. Apesar das restrições por causa do isolamento social, o grupo manteve algumas atividades. A principal delas é a distribuição de alimentos para a população em situação de insegurança alimentar. Segundo cálculos da coordenação, cerca de 300 famílias são beneficiadas com as doações.
Por causa disso, uma decisão judicial suspendeu o despejo da ONG, que iria ocorrer em julho e eles teriam apenas 15 dias para desocupar o espaço, mas no início deste mês, a juíza responsável pela decisão voltou atrás e autorizou o despejo.
O tempo sugerido pela prefeitura novamente foi de 15 dias e o projeto precisa liberar o espaço até amanhã, sexta-feira(15). Por isso, toda a equipe esteve na rua para sensibilizar a comunidade e a prefeitura da importância de manter o projeto em sua histórica sede.
Neia Bueno, integrante da coordenação do projeto, conta que o PMMR tentou negociar com o prefeito da cidade, sem sucesso. “A gente tentou conversar com ele no começo do ano, mandamos ofício, tentamos conversar sobre o espaço. E ele simplesmente se recusou”, disse Néia para a reportagem do Brasil de Fato.
“Para nós, nos leva a crer que é uma ordem de motivação política, porque no segundo semestre de 2020 nós tivemos uma roda de conversa, nós assumimos um compromisso e a prefeitura assumiu o compromisso de divulgar o relatório que nos apresentamos a eles com todo processo. E durante os meses seguintes, nós iríamos promover rodas de diálogo para encontrar uma saída boa e fortalecer nossa organização aqui na cidade. Isso não aconteceu”, declarou Markinhus Souza, da coordenação do projeto.
O Sindicato dos Químicos do ABC é um grande parceiro do Projeto e presta sua solidariedade e apoio nessa luta, que é de todos nós.
Com informações do Jornal Brasil De Fato
Foto da manifestação: Cadu Bazilevski