Incansável defensor da democracia e lutador pelas causas sociais, Alípio nos deixou nesta quinta-feira, 22 de abril, vítima da COVID-19
Morreu nesta quinta-feira, 22/4, aos 75 anos de idade, o jornalista, escritor e artista plástico, Alípio Freire. Hospitalizado desde o dia 21 de março, Alípio é mais um que se soma às milhares de vítimas fatais da Covid-19 no país.
Baiano de Salvador, Alípio foi militante político que combateu a ditadura militar. Foi preso aos 23 anos de idade, pela Operação Bandeirantes (Oban), e sofreu toda a violência do Estado e de seus agentes. Depois de três meses de torturas e interrogatórios, foi transferido para o Presídio Tiradentes, onde ficou preso entre 1969 e 1974. Foi anistiado pelo Ministério da Justiça em 2005.
Seguiu sua militância no jornalismo, nas artes e na vida partidária. Foi um dos fundadores do Partido dos Trabalhadores (PT) e atuou em diversas frentes do movimento sindical, movimentos sociais e populares.
Foi o criador e o primeiro editor-chefe da Revista Sem Terra (1997), do MST. Foi também um dos fundadores e membro do Conselho Político do Jornal Brasil de Fato, onde contribuiu com vários artigos e análises. E atuou junto à editora Expressão Popular.
Alípio no Sindicato
Em 2 de setembro de 2013, ele esteve reunido com a Direção Colegiada e militantes do nosso Sindicato para debater as motivações do golpe que implantou a ditadura civil-militar no Brasil, em 1964, com destaque para a participação de empresários e banqueiros no financiamento à repressão. Leia AQUI.
Na ocasião, foi exibido o documentário “Cidadão Boilesen”, lançado em 2009 e dirigido pelo cineasta Chaim Litewski, que mostra a estruturação e o financiamento por empresários e banqueiros paulistas da OBAN, laboratório que geraria, pouco tempo depois, o DOI-CODI (Destacamento de Operações de Informação do Centro de Operações de Defesa Interna). O documentário, com 80 minutos de duração, pode ser assistido na íntegra AQUI.
Deixa a companheira Rita Sipahi, três filhos e netos.
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