Confira entrevista com o presidente Raimundo Suzart, que integra a executiva da nova entidade como secretário-geral
Mais de 10 milhões de trabalhadores e trabalhadoras na indústria brasileira contam agora com a IndustriALL-Brasil, uma organização sindical que reúne lideranças da CUT e da Força Sindical com o objetivo de defender os direitos trabalhistas e sociais e lutar pela reindustrialização do país.
O lançamento aconteceu na manhã desta terça-feira, 17/11, numa live transmitida pelas redes sociais das centrais, das confederações, sindicatos e TVT (veja acima).
O presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart, integra a executiva da IndustriALL-Brasil como secretário-geral da nova entidade, que reúne, além do ramo químico, os ramos da metalurgia, construção civil, alimentação, energia e têxtil-vestuário.
A ideia central é fomentar e criar propostas e projetos de políticas para reindustrializar o país, com garantia de inovação e tecnologia com trabalho de qualidade e decente.
Confira a entrevista de Raimundo Suzart sobre os desafios colocados a recém criada IndustriALL Brasil.
Sindiquim: O que é o IndustriALL Brasil?
Raimundo Suzart: É uma entidade que surge para defender a indústria brasileira, uma ferramenta de defesa do desenvolvimento produtivo do país e também de resistência contra esse desmonte que estamos vivendo hoje.
Sindiquim: Por que sua criação é importante hoje no país?
Raimundo Suzart: Por que a indústria nacional é o que de fato gera riqueza para um país. O Brasil nunca vai alcançar um desenvolvimento econômico grandioso sendo somente um provedor global das chamadas comodities minerais, agrícolas e ambientais. Precisamos de uma indústria forte, com trabalhadores qualificados, que tenha um papel importante na cadeia econômica brasileira.
Sindiquim: Como essa nova entidade está estruturada?
Raimundo Suzart: Ela reúne lideranças sindicais dos ramos da indústria da CUT e da Força Sindical, mas a ideia é atrair as outras centrais sindicais também para essa missão. A IndustriALL Brasil não vem substituir sindicatos, federações nem centrais nem confederações. Pelo contrário, ela vem agregar e construir a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras da indústria brasileira.
Sindiquim: Quais são os principais desafios colocados neste momento?
Raimundo Suzart: Nossa luta é defender a indústria nacional e os empregos de qualidade e com remuneração digna. Mas é preciso dialogar também sobre as novas modalidades de contrato de trabalho que surgiram no Brasil após a Reforma Trabalhista sob a perspectiva de manter o movimento sindical de pé, inovando e se fortalecendo para poder enfrentar essa onda de retirada de direitos.
Sindiquim: Unir sindicatos de centrais sindicais diferentes faz parte dessa inovação?
Raimundo Suzart: Sim, claro. A palavra-chave é unidade e não divisão. Precisamos inovar a nossa estrutura sindical para enfrentar os ataques violentos que o movimento sindical está enfrentando. Sabemos que Bolsonaro, Guedes e seus apoiadores querem destruir o movimento sindical para poder entregar facilmente as riquezas brasileiras ao capital estrangeiro e retirar do nosso país a capacidade de ser um país industrializado. Vivemos sob esse governo uma desindustrialização profunda, que só piorou com a pandemia. A indústria nacional já chegou a corresponder a 30% do PIB brasileiro, hoje está em 11% e sabemos que se cair para 7% será o fim da indústria no Brasil.
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