No mundo, foram registradas as mortes de 160 mulheres, sendo 124 brasileiras. O segundo colocado neste ranking são os Estados Unidos, com 16 óbitos.
Um fato alarmante escancarou ainda mais as consequências de termos um governo irresponsável como o de Bolsonaro e um país sem ministro da saúde.há quase dois meses.
Estudo feito por enfermeiras e obstetras brasileiras das universidades, Unesp, UFSCAR, IMIP e UFSC, publicado no dia 9 no International Journal of Gynecology and Obstetrics revela que de cada dez mulheres gestantes ou em pós-parto que morreram no mundo devido à pandemia do coronavírus, oito morreram no Brasil.
Chamado de “A tragédia da Covid-19 no Brasil”, o trabalho foi feito com base em dados divulgados pelo Ministério da Saúde.
Das 978 grávidas ou mulheres no pós-parto diagnosticadas com covid-19 entre os dias 26 de fevereiro e 18 de junho no País, 124 morreram – um número 3,4 vezes superior ao total de mortes maternas relacionadas ao novo coronavírus em todo o mundo no mesmo período.No mundo, foram registradas as mortes de 160 mulheres, sendo 124 brasileiras. O segundo colocado neste ranking são os Estados Unidos, com 16 óbitos.
O dado revela uma taxa de mortalidade de 12,7% na população obstétrica brasileira, número superior às taxas mundiais relatadas até o momento. A maior parte das mortes aconteceram durante o puerpério, ou seja, até 42 dias depois do nascimento do bebê, e não na gestação, alerta a publicação.
Para as pesquisadoras, o risco aumentado pode estar relacionado à imunodeficiência relativa associada a adaptações fisiológicas maternas.
Fatores como o atendimento pré-natal de baixa qualidade, falta de recursos para cuidados críticos e de emergência, disparidades raciais no acesso aos serviços de maternidade, violência obstétrica e as barreiras adicionais colocadas pela pandemia para o acesso aos cuidados de saúde também são citados como motivos para a alta taxa de mortalidade no Brasil.