Atos foram organizados por movimentos, entidades e partidos e seguiram protocolo de segurança, devido à pandemia
Ao menos em 18 capitais e no Ditrito Federal foram realizados protestos contra o governo de Bolsonaro neste domingo 7 de junho, com pautas antirracista e em defesa da democracia, repudiando as ameaças de ruptura institucional feitas pelo presidente e seus aliados.
O descaso do governo Bolsonaro no combate à pandemia do novo coronavírus, que já matou mais de 36 mil brasileiros em todo o país, também estava entre as principais queixas dos manifestantes. Em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro, quem não pode ir as ruas ou optou por ficar em casa porque faz parte do grupo de risco, se somou aos manifestantes batento panelas em suas janelas e varandas. Essas duas capitais foram palco das maiores manifestações.
Em São Paulo o ato foi Largo da Batata, convocado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, movimentos negros, lideranças estudantis e torcidas organizadas antifascistas. Foram montadas barracas para higienização dos manifestantes e marcação de sinais no chão para facilitar o distanciamento que, segundo relatos da imprensa, não funcionou.
Na av. Dr. Arnaldo, profissionais da saúde também protestaram contra a negligência do governo federal na pandemia. Bolsonaro demitiu dois ministros da Saúde desde o início da pandemia e decidiu colocar um militar (mais um) para o ministério. Na última semana, a pasta resolveu mudar a metodologia de contagem de casos e mortos pela COVID-19, numa manobra que foi duramente criticada pela falta de transparência e ocultação de informações relevantes não só a população brasileira, mas para o mundo, já que estamos em meio a uma pandemia global.
No Rio de Janeiro a principal pauta da manifestação na avenida Presidente Vargas, no centro, foi o antirracismo e a denúncia da violência policial: “Vidas Negras Importam”. Desde que teve início o isolamento social na cidade, operações policiais do Rio mataram três jovens negros nas comunidades: João Pedro Mattos Pinto, 14, morto por um tiro de fuzil dentro de casa em uma operação em São Gonçalo; e Rodrigo Cerqueira, 19, e João Vitor Gomes da Rocha, 18, assassinados em meio a uma campanha de distribuição de alimentos no Morro da Providência e na Cidade de Deus.
Durante o ato houveram homenagens à vereadora Marielle Franco, assassinada em 2018, ao músico Evaldo Rosa, morto por militares que metralharam seu carro com 80 tiros em 2019, à menina Agatha Freitas, atingida por uma bala vinda da arma de um policial quando estava dentro de uma perua também em 2019, e ao americano George Floyd, cujo assassinato pela polícia americana desencadeou uma série de protestos ao redor do mundo.
Expressivas manifestações também foram realizadas em Belo Horizonte, Porto Alegre, Belém, Manaus, Fortaleza, Goiânia e Salvador e outras capitais e cidades do país. A maioria dos eventos ocorreu com sucesso, sem provocações.
Com informações de Nexo e Portal da CUT Nacional. Imagens: Brasil De Fato.