No final de abril, a multinacional alemã anunciou a demissão de 164 trabalhadores em todo o Brasil até dezembro de 2016. O motivo alegado para a reestruturação é redução de gastos.

Do total de demissões, estão previstas 44 no site Demarchi, em São Bernardo do Campo, envolvendo chefes, gerentes, engenheiros, diretores e outros 16 trabalhadores/as da produção e área administrativa.

O Sindicato, a Comissão de Fábrica (CF) e a Rede de Trabalhadores na BASF América do Sul foram surpreendidos pela decisão, por conta da quebra de acordo de manutenção do efetivo na planta, que determina demissão somente em casos de aposentadoria especial (conforme estabelece a lei) e/ou a constatação de dois anos consecutivos de baixo desempenho, porém o número de efetivos seria mantido.

“Desde que entrou a nova fase de gestão de RH na América do Sul a empresa não respeita mais o Diálogo Social que foi conquistado por meio da REDE e demais sindicatos. Pelo contrário, essa gestão tem posturas contra a REDE, contra os canais de diálogo com as representações de trabalhadores(as) e não cumpre compromissos assumidos”, denuncia Aírton Cano, membro da coordenação e Ponto de Contato Nacional (PCN) da rede de trabalhadores(as) na BASF.

Cano conta que nas reuniões da PPR deste ano, a empresa destacou que manteria o acordo nos mesmos moldes do ano anterior para que não houvessem demissões no Brasil. Porém, dois dias depois que a bancada de representantes do PPR Nacional aceitou fechar o acordo de 2016, ela anunciou esse pacote de 164 demissões.

“Isso é uma quebra de confiança na liderança BASF que hoje está à frente das principais negociações aqui no Brasil e na América do Sul. A rede considera lamentável esta nova postura da empresa em desvalorizar o trabalho de negociação tanto nas localidades quanto nos sindicatos e nós não vamos aceitar esse comportamento, não vamos aceitar as demissões sem uma discussão exaustiva sobre as alternativas que impacte menos o trabalhador(a) e sua família”, ressalta.

Panfletagem na porta da empresa

O Sindicato dos Químicos do ABC em conjunto com a Rede e a CF realizou panfletagem na porta da empresa, durante a entrada do turno da manhã do dia 6 de maio, para conscientizar os trabalhadores sobre o anúncio das demissões e a luta que se avizinha.

Rede, Sindicato, Comissão de Fábrica e empresa devem se reunir ainda esta semana para tratar do assunto.