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Mulheres no mercado e no movimento sindical

11/03/2014 às 17h04

Esse foi o tema da palestra do 8 de Março no Sindicato

Por Fernando Bella

“É de extrema importância que os homens estejam presentes e fico feliz em ver que temos um público bastante significante do sexo masculino. Este é o passo fundamental na construção deste debate e na resolução sobre a igualdade que é preciso ter nos direitos e deveres entre homens e mulheres. Ainda que a passos lentos, estamos conseguindo muitas conquistas”.

Com essa afirmação, teve início a palestra sobre Os Desafios das Mulheres no Mercado de Trabalho e no Mundo Sindical na última segunda-feira, 10, na sede do Sindicato dos Químicos do ABC. A temática do evento foi escolhida pela proximidade com o Dia Internacional da Mulher e os participantes tiveram a oportunidade de conhecer e ouvir Paula Loureiro, mestre em Direito Político e Econômico, professora universitária e estudiosa do marxismo e feminismo.

Paula Loureiro foi enfática e pautou a apresentação em mostrar que algumas conquistas das mulheres no ambiente de trabalho, como licença maternidade, direito de aposentadoria com cinco anos de antecedência em relação aos homens e a obrigatoriedade de se ter armários para mulheres, entre outros, são apenas benefícios aparentes e que não mostram a realidade enfrentada pela mulher dentro e fora do trabalho. “É preciso entender a nossa cultura e ver que a mulher tem acumulado tarefas dentro de casa. E isto faz com que seu desgaste seja maior, algo como uma dupla jornada. Então muitas vezes é ilusão chamar alguns destes direitos conquistados de benefício. O homem precisa entender suas responsabilidades fora do ambiente de trabalho e compartilhar com suas mulheres tarefas domésticas e cuidados com os filhos”, acentuou.

Ao longo da palestra o que se viu foi uma compreensão de homens e mulheres presentes de que toda a mudança precisa começar dentro de cada um e dentro das famílias. A opressão sofrida pela mulher dentro de suas casas para que realize todas as tarefas é algo que passa automaticamente a se tornar uma exploração também dentro do ambiente de trabalho. “A culpa não é dos homens. É uma cultura que temos e é isto que precisa ser mudado”, completou Paula Loureiro.

Outro ponto muito importante citado pela palestrante foi a do papel do Sindicato como um espaço para o esclarecimento e divulgação sobre o tema, valorização da mulher e de debates para levar a pais e mães que a educação dos filhos já deve ter esta nova cultura das relações entre homens e mulheres. “Temos o poder de ensinar diferente. A união de todos, definitivamente, faz a diferença. Nós precisamos estar atentos para disseminar uma nova atitude e também apontar casos de exploração. Temos de estar sempre alerta para mudar atitude, apontar os erros e assim teremos um novo cenário em breve”, concluiu.