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Desenvolvimento com soberania nacional

19/06/2013 às 11h25

Petroquímicos, químicos e metalúrgicos debatem propostas unitárias dos trabalhadores para indústria brasileira e setor energético

Em encontro pioneiro e histórico realizado nos dias 13 e 14 de junho, representantes dos trabalhadores do setor petróleo, do ramo químico e metalúrgico da CUT (CNQ e CNM) e entidades que integram a Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, como Federação Única dos Petroleiros (FUP), Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Federação Nacional dos Urbanitários (FNU), Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (FISENGE), Sindicatos dos Eletricitários do Distrito Federal (Stiu/DF), de Minas Gerais (Sindieletro/MG) e de Santa Catarina (Sinergia/SC) e Federação dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de São Paulo (FTIUESP), se reuniram na sede do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo para debater propostas unitárias dos trabalhadores para o setor energético e a indústria brasileira.

As organizações sindicais e populares reunidas representam categorias de trabalhadores responsáveis pela geração de 20% da riqueza nacional, em setores essenciais e de grande importância estratégica para o desenvolvimento do país. Entre as organizações, é opinião unânime que a energia e a indústria cumprem um papel central no atual momento histórico vivido no Brasil e que é preciso intensificar a luta pela soberania nacional para o fortalecimento da indústria com elemento estruturante para enfrentar a desigualdade social, com distribuição de renda e geração de empregos decentes.

Durante o encontro, os participantes estudaram o panorama atual das políticas de planejamento do setor energético e industrial e construíram propostas que possibilite a expansão destes setores, a partir de um novo modelo de desenvolvimento social e econômico que seja de interesse do conjunto da classe trabalhadora.

Além da integração das categorias, o objetivo do encontro foi construir propostas e estratégias que, de fato, possibilitem o crescimento do país, sem precarização do trabalho no setor energético e industrial, com fortalecimento das empresas estatais, redução de impactos sociais das grandes obras, amplo diálogo prévio e respeito aos direitos dos atingidos pelas obras.

Entre as bandeiras já apontadas no encontro estão a discussão de novos modelos, seja para a política energética, que integre os setores de petróleo, energia elétrica e petroquímico; para a regulação envolvendo agências tais como a Agência Nacional do Petróleo (ANP) e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL); de consumo para a sociedade brasileira; e de exploração de petróleo e gás com a criação de mecanismo que, de fato, garanta o retorno da riqueza do petróleo para a população brasileira.

Também foram apontados os temas dos impactos sociais e ambientais das obras, a necessidade de pensar formas de articular o avanço tecnológico e industrial que inclua o modelo de produção da agricultura familiar e camponesa e a necessidade de propor políticas de cunho popular no âmbito da energia.

Para seguir aprofundando o estudo e conhecimento sobre os setores de energia e indústria com todas as categorias profissionais e movimentos sociais envolvidos, se constituiu um grupo representativo de militantes sindicais e sociais que se reunirá periodicamente para seguir avançando na análise e planejando as próximas ações. Decidiu-se também, de forma consensual, pela elaboração de um plano de organização e comunicação, de temas e bandeiras unitárias para mobilização e lutas que ganhem as ruas do Brasil.

Os trabalhadores dos setores de energia e indústria decidiram ainda indicar o dia 5 de setembro como Dia de Mobilização Nacional em defesa do Desenvolvimento Social e Econômico com Soberania.