Novembro no Brasil é um mês no qual temos muitas oportunidades de aprender.
Aprender sobre a história de Zumbi dos Palmares, a história da organização e resistência negra, do nascimento dos movimentos negros, enfim, de aprender que o Brasil foi construído com o suor e o sangue do povo negro, e que essa população enfrenta uma profunda desigualdade e não desfruta de tudo o que seus antepassados fizeram neste país.
O surgimento de uma data para marcar a Consciência Negra começa em 1978, quando o Movimento Negro Unificado – MNU – passou a promover uma série de ações para pensar a consciência negra e lutar contra o racismo no Brasil.
É por isso que em 20 de novembro, dia da morte de Zumbi dos Palmares, celebramos o Dia da Consciência Negra.
Atos da Consciência Negra
No próximo domingo (20), Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra, movimentos negros e sociais realizam atos em várias cidades do país para celebrar a democracia e colocar o combate ao racismo na pauta do futuro governo Lula.
Em São Paulo, o ato será no vão livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), na Avenida Paulista, a partir das 10h.
Para os organizadores, um dos principais desafios nos quatro anos de mandato de Lula será priorizar a luta antirracista no Brasil.
Durante os mandatos de Lula e Dilma (2003 a 2015) a população negra brasileira conquistou políticas de ações afirmativas significativas que contribuíram para a ascensão social e intelectual de milhares de pessoas.
O Estatuto da Igualdade Racial, promulgada em 2010 por Lula, foi uma das primeiras medidas que ajudou a coibir a discriminação racial e a estabelecer políticas para diminuir a desigualdade social entre os grupos raciais.
Ainda durante os governos Lula, os movimentos sociais e negros conquistaram programas como Prouni, Minha Casa Minha Vida, Ciências Sem Fronteiras e Bolsa família, que contribuíram para melhorar o acesso à universidade, à casa própria e até possibilitaram aos jovens negros e mais pobres estágios e intercâmbios em instituições estrangeiras, ajudando a formar intelectuais negros em diversas áreas, das produções acadêmicas à cultura.
Políticas foram destruídas por extrema direita
Essas políticas foram destruídas por Michel Temer e Jair Bolsonaro. Eles começaram o desmonte acabando com o status de ministério da Secretaria Nacional de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR).
E Bolsonaro sequer fingiu preocupação com a pauta do movimento negro mesmo que fosse para atrair o voto da população negra.
Tanto o programa de governo apresentado por Bolsonaro ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em 2018 quanto o deste ano não trouxeram uma linha sequer sobre políticas voltadas à população negra no país.
Ao contrário dele, o programa que a equipe de Lula entregou ao TSE prevê enfrentamento ao genocídio da população negra, continuidade do sistema de cotas raciais, investimento pelo fim do preconceito contra as comunidades tradicionais, entre outras propostas construídas junto com partidos políticos, movimentos sociais organizados e especialistas.
Racismo estrutural
Racismo estrutural é um conjunto de práticas discriminatórias, institucionais, históricas, culturais dentro de uma sociedade que frequentemente privilegia algumas raças em detrimento de outras.
O termo é usado para reforçar o fato de que há sociedades estruturadas com base no racismo, que favorecem pessoas brancas e desfavorecem negros e indígenas.
Violência contra mulheres
De acordo com os dados do Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 11 anos, o homicídio entre as mulheres negras aumentou 2%, enquanto o assassinato de mulheres brancas caiu 27% no mesmo período.
Com informações da CUT Brasil e @pretaspretospoder