Apesar de não ser um país desenvolvido e enfrentar desafios na superação da desigualdade social, o Brasil é considerado um lugar caro para viver, em grande parte devido aos juros altos, que estão entre os mais elevados do mundo.
A taxa básica de juros do Brasil, conhecida como SELIC, é determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. O Copom se reúne a cada 45 dias para reavaliar o índice.
Há pelo menos dois anos, a SELIC está acima de dois dígitos, colocando o Brasil em segundo lugar no ranking mundial de juros reais (a diferença entre a taxa Selic e a inflação projetada).
Atualmente, a SELIC é de 13,25% ao ano. Com a inflação descontada, o juro real no Brasil gira em torno de 9,18%, ficando atrás apenas da Argentina, onde o índice é de cerca de 9,36%.
Esse cenário faz com que o financiamento no Brasil seja extremamente caro e impacta diretamente o bolso dos trabalhadores e das trabalhadoras.
Todos os que produzem e consomem dependem do sistema financeiro, sendo afetados pelo alto custo do crédito, o que acaba elevando os preços de diversos produtos, incluindo os alimentos.
Netes 18 de março, protestos contra a política monetária do Banco Central ocorreram em várias capitais, organizados pelas centrais sindicais.
Em São Paulo, os atos aconteceram na Avenida Paulista, com a participação de movimentos sindicais, populares e estudantis.
Cartazes espalhados pelo local alertavam sobre a importância do debate, e um dos principais dizeres era: “Juros: a camisa de força do Brasil”.
O Sindicato dos Químicos do ABC esteve presente na manifestação, com seus diretores e militantes, representando os trabalhadores e as trabalhadoras da categoria química, ao lado de dirigentes da Fetquim e da CNQ-CUT.