Por José Evandro Alves da Silva
Recebemos recentemente, no Sindicato dos Químicos do ABC, uma delegação internacional de dirigentes do Sindicato Petrol-Is, da Turquia. A visita faz parte de um acordo de cooperação firmado em 2010 entre os dois sindicatos, com o objetivo de fortalecer a solidariedade e intercambiar experiências, especialmente em empresas multinacionais.
O Petrol-Is é um sindicato nacional com mais de 45 mil associados nas indústrias de petróleo, petroquímica, farmacêutica, química, de plásticos, armas e munições, tintas e vernizes, entre outras. Muito parecido com o nosso sindicato, principalmente considerando nossa estrutura estadual (FETQUIM) e nacional (CNQ/CUT).
Em uma semana intensa de visitas e debates, constatamos que os desafios da classe trabalhadora são os mesmos nos dois países: resistência patronal contra a organização no local de trabalho, práticas antissindicais, reformas legislativas que buscam flexibilizar direitos e precarizar as condições de trabalho em benefício do capital.
Também identificamos fortalezas comuns, como a convenção coletiva de trabalho, que amplia a proteção trabalhista, econômica e social do trabalhador e de sua família. Aqui como lá, o trabalhador sindicalizado tem mais benefícios, mais direitos e melhores salários.
Foi interessante conhecer que o povo turco resiste há mais de 200 anos aos ataques do imperialismo norte-americano e suas artimanhas — como tentar dividir o país por meio de políticos antipatriotas, traidores da soberania e da independência. Uma realidade que dialoga com o que estamos vivenciando neste momento no Brasil, diante da aliança entre extremistas radicais de direita do Brasil e dos EUA, capitaneados pela família Bolsonaro e pelo populista Donald Trump.
Somos imensamente gratos aos companheiros da delegação do Petrol-Is, à FETQUIM e à FEQUIMFAR, à CNQ/CUT, aos Sindicatos Unificados de Campinas e de Osasco, às associações de moradores Aldolula e Valdibia, de São Bernardo do Campo, ao coordenador da Frente Parlamentar da Indústria Química, deputado Luis Fernando Teixeira, e à gerência da empresa Braskem Paulínia, que nos receberam e contribuíram para enriquecer esse histórico intercâmbio.
José Evandro Alves da Silva é presidente do Sindicato dos Químicos do ABC