Por José Evandro Alves da Silva
Mais de 70 mil pessoas de todo o mundo marcharam pelas ruas de Belém, capital do estado do Pará, para exigir dos governos e das autoridades globais a implementação de medidas concretas que reduzam o impacto das mudanças climáticas sobre as cidades, o emprego e a vida das gerações futuras.
Sindicalistas de várias partes do mundo também estiveram presentes para cobrar uma transição justa do atual modelo econômico, baseado em combustíveis fósseis, como o petróleo, para um modelo sustentado em fontes de energia renováveis, capaz de promover desenvolvimento econômico, melhoria da qualidade de vida e preservação dos empregos.
A Conferência das Partes (COP) das Nações Unidas (ONU) é um esforço do sistema multilateral para coordenar ações globais que envolvem mais de um país, como é o caso do clima e da biodiversidade, que afetam a todos indiscriminadamente, embora sejam mais sentidos pelas pessoas com menos recursos.
Para evidenciar essa realidade ao mundo, o presidente Lula convocou a COP para a cidade de Belém, na região Amazônica, onde, apesar da imensa riqueza natural, persistem a pobreza, o trabalho informal, a falta de saneamento básico e a atuação do crime organizado, que explora o garimpo, a pesca ilegal e o contrabando de madeira de lei.
Para que haja uma transição justa do modelo econômico atual para um modelo sustentável, são necessários recursos financeiros que os países ricos devem transferir aos países menos desenvolvidos para financiar a reestruturação industrial baseada em fontes de energia renováveis, a proteção das florestas e das fontes de água, entre outras medidas. Gol de placa do Brasil, que realizou uma COP focada nas pessoas e no trabalho decente, pela primeira vez desde a COP-1, em 1995, na Alemanha.
José Evandro Alves da Silva é presidente do Sindicato dos Químicos do ABC
