Escola Sindical Constantino Castellani, em Santo André, hoje é a sede principal do nosso Sindicato. Fundador da Liga Operária, Constantino lutava, entre outras coisas, pela redução da jornada de trabalho

No dia 5 de maio de 1919, há 106 anos, o jovem Constantino Castellani foi brutalmente assassinado com um tiro de fuzil no centro de Santo André, na rua Coronel Oliveira Lima, em plena luz do dia. Ele tinha só 18 anos e já era uma liderança entre os trabalhadores da época. Seus assassinos nunca foram responsabilizados.

Constantino foi um dos fundadores da Liga Operária, organização de inspiração anarcossindicalista que uniu operários contra a exploração nas fábricas. Ele esteve à frente de uma grande manifestação dos tecelões da Fábrica Ipiranguinha, exigindo redução da jornada, melhores salários e condições dignas de trabalho. A manifestação, com cerca de 500 trabalhadores, terminou em tragédia: muitos foram presos e Castellani perdeu a vida lutando pelos direitos da classe trabalhadora.

A memória vive!

Em 2016, os Químicos do ABC deram um novo significado à luta de Castellani ao adquirir a antiga Escola Sindical que levava seu nome — espaço histórico dos Metalúrgicos de Santo André — para instalar a nova sede do Sindicato na cidade.

“Preservamos a história desse espaço e fizemos uma reforma completa para que os trabalhadores e trabalhadoras tenham um atendimento digno e acolhedor”, afirmou na época Juvenil Nunes da Costa, então secretário de Administração do Sindicato.

No centenário de sua morte, em 2019, o nome de Castellani voltou à cena com força. A Revista MORTAL e a editora Estranhos Atratores organizaram eventos, festivais e lançaram o livro “Constantino Castellani”, de Jairo Costa. Em 2020, mesmo com a pandemia, foi realizado um festival virtual em sua homenagem — um dos primeiros do gênero naquele contexto.

Castellani vive na memória e na luta de cada trabalhador que não aceita calado a exploração!

Fontes: Cerveja Constante Castellani  e Revista MORTAL 

Imagem: arte com a capa da Revista Mortal edição do centenário da morte de Castellani