O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) esteve na portaria da Braskem, na entrada do turno no dia 22/06, para conversar com os trabalhadores no mês em que o Polo Petroquímico completa 50 anos.
Os dirigentes da Regional de Santo André do Sindicato e lideranças da Fetquim-SP acompanharam a atividade.
Padilha, impressionado com o tamanho da planta industrial, destacou que a Braskem é um orgulho da produção nacional de refino dos derivados de petróleo na região do ABC.
“Aqui é indústria, trabalho e emprego! Infelizmente o setor industrial foi largado pelo atual governo. Não existe política industrial no País, pensam que não precisa incentivar a produção nacional, o conteúdo nacional”, disse o deputado.
Na conversa com os trabalhadores, os preços da gasolina, diesel e gás também foram citados. “É um absurdo a atual política que o governo fez em relação ao petróleo, essa coisa de preço com paridade internacional, reduzindo a capacidade de produção das refinarias aqui no Brasil”, pontuou.
“Nós queremos retomar isso, pois é o jeito de salário voltar a aumentar, da produção voltar a aumentar, de voltar a gerar emprego no nosso país”, concluiu.
O coordenador da Regional Santo André, Joel Santana de Souza reforçou a importância dos trabalhadores e Sindicato estarem juntos nessa luta. “As eleições de outubro são decisivas para a retomada da construção deste país, chega de retrocessos, não podemos perder essa oportunidade”, afirmou.
Ele também homenageou os trabalhadores pelos 50 anos do Polo: “Parabenizamos todos os trabalhadores e trabalhadoras da Braskem e demais empresas do Polo, que são essenciais para a vida da nossa população”.
50 anos do Polo e a luta pela 5ª Turma*
Dia 15 de junho de 1972 foi colocado em operação o primeiro polo petroquímico do Brasil no ABC Paulista, dada a importância de se ter o petróleo refinado, e não exportar o petróleo brasileiro, produzindo matéria prima para vários seguimentos como empresa automobilística, tintas, plásticos, entre outras.
A partir da sua criação, ficou estabelecida uma jornada de trabalho de quatro turmas no setor petroquímico e de petróleo, por meio da Lei 5811 de 11/10/1972, para coibir as cinco turmas que os petroleiros de Cubatão, na Petrobrás, haviam conquistado depois de uma vitoriosa greve no início dos anos de 1960.
A retomada da 5a. Turma só veio a ocorrer a partir de 1989, 17 anos depois, com a luta pela Constituinte de 1988, quando o Sindicato dos Químicos do ABC e demais sindicatos que tinham turnos contínuos conseguiram mobilizar os trabalhadores com acordos de 5a. Turma de 8 horas, e jornada semanal em média de 33 horas e 36 minutos.
Remígio Todeschini, ex-presidente dos Químicos do ABC e trabalhador do Polo Petroquímico desde 1976, lembra que o modelo adotado no polo, contemplou um modelo tripartite com capital estatal, capital privado nacional e capital multinacional.
“Sem dúvida, a construção do polo possibilitou a substituição das importações de muitos produtos químicos para o desenvolvimento nacional e criação de muitos empregos”, afirmou.