Concentração a partir das 10 horas, na Praça da Sé
Na próxima quarta-feira (9), a classe trabalhadora organizada pelaCUT e demais centrais sindicais vai para a rua pela terceira vez desde junho do ano passado.
Desta feita, a iniciativa tem aspecto mais estratégico que as anteriores, pois já está claro que decisões importantes serão tomadas a partir de 2015. Trata-se, portanto, de verificar qual a força relativa com que contará cada classe social no jogo que se arma em torno da eleição de outubro e do programa a ser executado pelo futuro governo, qualquer que seja ele.
Na pauta das centrais estão questões de fundo, tais como:
1 – Continuidade de valorização do salário mínimo (SM). Por meio de uma política gradual, porém contínua, Lula e Dilma aumentaram em 72% o valor real do SM. Com a possível exceção de um ou outro conservador extremado, há consenso entre os economistas de que essa é a mais importante alavanca de distribuição de renda do país. Mas a pressão capitalista para que, a partir de 2015, cesse a valorização automática do SM ameaça a continuidade do processo.
2 – Fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias. Nesse quesito, ao contrário do anterior, houve recuo no último quadriênio. Ao desonerar as folhas de pagamento para favorecer um investimento que, tudo indica, não veio, a Previdência Social teve uma perda de arrecadação de R$ 16 bilhões (coberta pelo Tesouro) só em 2013. Agora, cresce a exigência do capital para que se estabeleça uma idade mínima de aposentadoria e haja menos gastos com pensões por morte e com o seguro-desemprego.
3 – Redução dos juros e do superavit primário. Depois do nono aumento da Selic pelo Banco Central, três dias atrás, a taxa brasileira, que já voltara a ser das mais altas do mundo, passa a comer parte maior dos recursos públicos e segurar a retomada do crescimento. Por outro lado, a redução da nota do Brasil pela Standard and Poor’s há duas semanas mostra que vai continuar a pressão para aumentar a reserva de dinheiro para pagar juros (superavit primário).
4 – Transporte público de qualidade, 10% do Orçamento da União para a saúde, 10% do PIB para a educação. Com as verbas públicas contidas pelo ajuste fiscal que se desenha no horizonte –se não ocorrer mobilização no sentido contrário–, não só não haverá recursos para mobilidade urbana, SUS e escolas como vai piorar a situação nas três áreas.
Pauta unitária das Centrais sindicais para a 8ª Marcha da Classe Trabalhadora
Redução da jornada de trabalho para 40 horas, sem redução de salário
Fim do fator previdenciário
Defesa da política de valorização do salário mínimo
Contra o Projeto de Lei 4330, da terceirização
Correção da tabela do imposto de renda
Reforma agrária
Direito à verdade, justiça e reparação dos crimes da ditadura militar
Plebiscito para Constituinte Exclusiva e soberana da reforma política
Democratização dos meios de comunicação
10% do PIB para a educação
10% do Orçamento da União à saúde
Em defesa das Convenções 151 e 158 da OIT
Fim dos leilões do petróleo
Valorização das aposentadorias
8ª MARCHA DA CLASSE TRABALHADORA
09 de abril – quarta-feira
Concentração a partir das 10 horas, na Praça da Sé – SP
Marcha seguirá até o vão do Masp, na Avenida Paulista, SP