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Acidente grave na Solvay

18/08/2014 às 19h34

Alertas do Sindicato foram ignorados, trabalhador está em coma

O operador de empilhadeira Charles-Waldeus da Silva, 37 anos, trabalhador da terceirizada Alámo Logística e Armazenagem foi vítima de um grave acidente na Solvay Indupa do Brasil no dia 4 passado. Charles é operador qualificado e formado desde 2012.

De acordo com informações da Solvay, Charles estava substituindo uma empilhadeira com problemas e decidiu colocá-la na rampa dirigindo a máquina, que apresentava vazamento. Estava garoando no momento e a empilhadeira, na subida da rampa, começou a patinar. Charles, então, pulou da empilhadeira, caiu e foi atingido na cabeça e na perna direita por partes da gaiola da empilhadeira, que pesa em torno de 2.5 toneladas.

Ainda segundo a empresa, o atendimento de socorro demorou cerca de 40 minutos após o acidente, o que é muito tempo para uma situação grave como essa.

Charles foi removido ao Posto de Saúde de Rio Grande da Serra. A intenção era levá-lo ao Hospital de Ribeirão Pires, mas, devido ao seu estado de saúde, o médico do trabalho achou melhor levá-lo ao pronto socorro mais próximo da fábrica. No Posto, os dois médicos que atenderam o trabalhador decidiram removê-lo ao Hospital Mário Covas, em Santo André.

Todas essas informações foram repassadas de imediato ao Sindicato pela Solvay.

Indignação

“De dezembro até agora ocorreram 18 acidentes e por várias vezes alertamos à empresa sobre a necessidade de mudanças urgentes na área de saúde e segurança, mas os avisos foram ignorados, o que nos deixou indignados”, destaca o secretário de administração do Sindicato, Juvenil Nunes da Costa, trabalhador na Solvay.

O Sindicato, por entender que a Solvay é responsável direto, solicitou a transferência de Charles para um hospital particular, de forma que a empresa pudesse acompanhar e gerenciar as necessidades de atendimento mais adequadas ao trabalhador. A empresa acatou o pedido do Sindicato e Charles está agora no Hospital Santa Cecília, na capital, mas ainda se encontra em coma.

Será necessária outra fatalidade para a Solvay tomar providências?

O que o Sindicato vem reivindicando na Solvay desde que começaram os acidentes é a necessidade urgente dos Setores de Enfermaria e Socorrista serem primarizados, ou seja, com profissionais contratados diretamente pela empresa e não terceirizados. Além disso, ter um número maior de profissionais, porque hoje os socorristas são os mesmos trabalhadores da segurança (Graber Segurança), também terceirizada.

“Há apenas três técnicos de segurança para todo a empresa  e quando há treinamento, na maioria das vezes, um só cobre a parte da segurança. Isso é irresponsabilidade da empresa”, afirma Juvenil.

A preocupação fica ainda maior pelo fato de estarmos às vésperas da parada para manutenção do Polo. “Serão mais 600 ou 700 trabalhadores terceirizados dentro da Solvay. Será que vão esperar outra fatalidade para deixar de ignorar nossos alertas?”, questiona o dirigente.