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Rebaixado por FHC, promovido por Lula

12/05/2008 às 12h31

Em 2002, no último ano do governo neoliberal de FHC (PSDB-PFL, hoje DEM), o Brasil foi rebaixado na escala mundial de grau de investimento. A inflação crescia. O risco-país, o dólar e o desemprego disparavam. Na disputa eleitoral, a elite empresarial, a FIESP e atual oposição, falavam que o operário Lula na presidência traria mais inflação, fuga de empresas e de investidores e, portanto, mais desemprego e caos social. Uma famosa atriz de novelas global aterrorizava as famílias com a expressão: “Eu tenho medo!”.

 

Sem medo de ser feliz, o povo elegeu o Presidente que eliminou a histórica dívida externa e a vergonhosa dependência em relação ao Fundo Monetário Internacional (FMI), tornando o Brasil um credor mundial, com alto índice de desenvolvimento humano (IDH) e agora, com “grau de investimento”, deixando para trás, o “grau especulativo”, que sempre caracterizou a nossa história.

 

A classificação superior tende a atrair mais investimentos produtivos – que gera empregos – e a facilitar a captação de recursos por empresas e governo a juros mais baixo no exterior, diminuindo a dependência em relação ao capital especulativo – aquele que gera altos lucros para os banqueiros e especuladores. Reflete, assim, um país mais sério governado em benefício da maioria da população.

 

O mais interessante é que o degrau superior da economia foi alcançado num momento em que as políticas públicas e sociais inclusivas e redutoras das desigualdades são colocadas em primeiro plano pelo governo federal, em detrimento das políticas neoliberais que apregoam a privatização dos serviços públicos e a minimização das políticas sociais. Como resultado, mais de 20 milhões de brasileiros deixou a linha da pobreza e outros 9,7 milhões se afastaram da miséria.

 

Com mais consumo e maior produção, mais empregos são gerados, criando um circulo virtuoso de crescimento sustentado. Com a redução da jornada de trabalho sem a redução dos salários, haverá ainda maior oferta de empregos e, com a ratificação da Convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), haverá menor rotatividade e conseqüente valorização dos salários, consolidando a modernização econômica e social do país.

 

Paulo Lage

Presidente do Sindicato dos Químicos do ABC