Continuam os debates sobre a situação política e econômica nacional e internacional, a primeira mesa deste segundo dia da etapa final do 13º Congresso dos Químicos do ABC
Seguindo as discussões da Mesa sobre a Conjuntura Nacional e Internacional, após a apresentação de Paulo Pimenta, foram convidados para exposição o presidente do Comitê Regional para América Latina e Caribe da ICM, Saúl Mendez, e o assessor de relações internacionais Paulo Sergio Muçouçah. Saúl fez um balanço geral sobre as lutas dos povos da América Latina hoje e Paulo Muçouçah falou detalhadamente sobre a intersecção de cinco grandes crises que estamos enfrentando.
Saúl: Lutamos por um mundo melhor, um novo modelo de humanidade
O dirigente panamenho Saúl Mendez pontuou as lutas do nosso continente, desde o pacote econômico no Equador que levou o povo equatoriano para ruas, seguido pelo despertar do povo do Chile, que sofreu uma das mais terríveis ditaduras na América e está há mais de 30 dias nas ruas, lutando por uma nova constituição para mudar o modelo neoliberal implantando no Chile.
“A educação no Chile não é pública, a água foi privatizada, a saúde no Chile foi privatizado. Então a luta não foi só pelo aumento da passagem do metro, agora o povo do Chile quer mudanças no modelo econômico do país”, afirmou.
Também citou o golpe de estado militar na Bolívia, que depôs Evo Morales, e o despertr também do povo colombiano. “Os golpistas, os fascistas, não respeitam a democracia”, exclamou, “mas agora acaba de acontecer um despertar também na Colômbia, onde dirigentes sindicais e políticos, indígenas e sociais são brutalmente assassinados diariamente. Os povos da América Latina querem trabalho, teto, soberania, vida digna e lutam contra a burguesia que acumula os recursos, a riqueza, acumula o trabalho de todos. Esse é o enfrentamento”, destacou.
O que fazer?
“Devemos seguir lutando, mas devemos combinar todas as formas de luta: sindical, política eleitoral. E na América Latina requeremos ainda a solidariedade, a integração dos nossos povos. Por isso é importante o momento histórico que vivemos. Não podemos deixar de resistir”, disse Saúl.
Finalizando sua apresentação, o líder panamenho da ICM reforçou o papel do 13º Congresso dos Químicos do ABC: “Este congresso tem a necessidade de tomar consciência para os problemas da humanidade. Para a luta por um mundo melhor contra esse selvagem capitalista, precisamos lutar por um mundo diferente, humanizar a política, e colocar as políticas públicas a serviço do povo. É complexa a situação, mas a América Latina resiste. Há de nascer um novo modelo de humanidade não só na América Latina, mas no mundo”, concluiu.
Muçouçah: as cinco grandes crises
Paulo Sergio Muçouçah deu praticamente uma aula sobre a história do homem. Partindo da ideia de que não estamos vivendo só uma crise política, mas sim uma confluência de cinco grandes crises globais (econômica, política, social, cultural e ambiental), Muçouçah destaca que vivemos um momento raro e situação semelhante só ocorreu no Século 15, na passagem do feudalismo para o capitalismo.
“As cinco crises de relacionam entre si e foram desencadeadas pela crise econômica de 2008, caracterizada pelo esgotamento de um modelo de crescimento baseado na especulação com ativos financeiros sem lastro na produção”, pontuou.
“Vivemos uma regressão a crenças, valores e costumes tradicionais, anteriores até ao Iluminismo do Século 18, com a disseminação da intolerância política e religiosa, do racismo, xenofobia, misoginia e da homofobia”, completou.
Ele destacou que o Brasil é a principal ponta de lança da política externa de Trump para a América Latina, vem se tornando um aliado incondicional dos governos de extrema direita de todo o mundo e é a voz dissonante no enfrentamento das mudanças climáticas e da crise ambiental global.
Acompanhe a íntegra das apresentações abaixo: