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Assembleia na BASF aprova: manutenção dos empregos e direitos ou GREVE!

Escrito por: Redação
07/03/2024 às 12h07
Assembleia na BASF aprova: manutenção dos empregos e direitos ou GREVE!

Decisão vem após empresa anunciar o fim da produção de tintas automotivas, resultando na perda de 150 empregos na unidade Demarchi

O Sindicato realizou na manhã desta quinta-feira, 7, uma grande assembleia com os trabalhadores e trabalhadoras da BASF Demarchi para discutir e decidir quais ações serão tomadas diante do encerramento da produção de tintas automotivas na América do Sul, anunciado pela gigante química BASF em 26/02/24.

E não houve dúvida: se postos de trabalho e os direitos não forem mantidos, será decretada greve.

Na assembleia, os trabalhadores/as demonstraram um forte sentimento de união ao aprovar uma pauta com aviso de greve. A deliberação é deflagração de movimento grevista por tempo indeterminado, com início no próximo dia 13 de março.

    • As reivindicações:
    • 1) Manutenção dos empregos no setor de tintas automotivas e demais setores impactados;
    • 2) Manutenção do adicional de periculosidade com pagamento retroativo para os contratados e promovidos a partir de outubro de 2022;
    • 3) Alteração na política de coparticipação no convênio médico Sul América, que atualmente compromete significativamente o pagamento de quem utiliza o benefício.

Os setores afetados pela fim da Periculosidade não são os mesmo afetados pela reestruturação, mas a assembleia  assumiu o compromisso da solidariedade entre eles, portando a pauta com lei de greve unificou a luta.

O documento, que será protocolado ainda hoje na BASF, também aponta 17 propostas para contribuir para que o processo dessa reestruturação, caso continue, “transcorra de forma democrática, equilibrada e transparente”.

“Para nós, a empresa não deve levar adiante esse processo. Se levar, a gente vai  para o diálogo, para a negociação pela manutenção dos empregos, e não descartamos a greve”, pontua o secretário de administração do Sindicato, Fabio Lins, trabalhador na Basf desde março de 1995.

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BASF na contramão da situação econômica do Brasil

O anúncio de encerramento da produção de tintas automotivas pela BASF na América do Sul é considerado prematuro pelas lideranças sindicais diante do atual cenário econômico do Brasil.

De fato, os índices demonstram isso: PIB de 2,9% em 2023, Brasil voltando a ficar entre as dez maiores economias do mundo, desemprego caindo para 7,8% – a melhor taxa desde 2014.

Também estamos num período com redução de juros pelo Banco Central, reforma fiscal em andamento, anúncio do projeto Nova Indústria, do governo federal com políticas que estão sendo desenvolvidas para fortalece vários setores, inclusive o setor automotivo.

Entidades como Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) e Fenabrave (Federação Nacional Distribuição Veículos Automotores) estão anunciando investimentos em torno de R$ 40 milhões nos próximos anos e projetam crescimento significativo do setor até 2026.

“É um setor em pleno crescimento, e a BASF produz e vende tintas para ele, então é possível aguardar mais dois ou três anos antes de tomar a decisão de encerrar a produção de tintas automotivas na América do Sul”, aponta o presidente do Sindicato, José Evandro.

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Irresponsabilidade Social

O Sindicato também denuncia que a BASF, nessa decisão, não está se comprometendo com nenhuma contrapartida social, apesar de se manter reivindicando isenção de impostos (por meio do Regime Especial da Indústria Química –  REIQ) e se beneficiando da desoneração da folha de pagamento.

“A BASF, em nenhum momento do anúncio, se comprometeu com a questão da responsabilidade social, com a manutenção de 100% dos postos de trabalho”, afirma Fabio Lins, citando o descumprimento das normas internacionais do trabalho.

“A multinacional química não deu espaço para a denunciação alternativa junto ao poder público local, junto aos representantes dos trabalhadores. Ou seja, vai na contramão daquilo que ela pratica na Alemanha e em outros países”, prossegue.

Diante disso, o Sindicato dos Químicos do ABC e a Comissão de Fábrica da BASF Demarchi irão conversar com os companheiros do Sindicato dos Químicos da Alemanha e da Comissão de Fábrica da matriz em Ludwigshafen, pedindo apoio para que a BASF traga mais investimento para a América do Sul, para o Brasil, para o ABC.

Assembleia na BASF aprova: manutenção dos empregos e direitos ou GREVE!

Solidariedade aos trabalhadores/as de Tortuguitas

A assembleia também manifestou sua solidariedade aos trabalhadores/as da unidade de tintas automotivas da BASF em Tortuguitas, na Argentina. Lá, com o encerramento da produção, serão fechados 72 postos de trabalho.

A diretoria do Sindicato também agradece a participação do movimento sindical do ABC na assembleia. Estiveram presentes representantes da CUT ABC e de vários sindicais da região, manifestando seu apoio à luta que está apenas começando.

Veja também:

Pauta com Aviso de Greve – BASF – aprovada em assembleia realizada nos três turnos na BASF Demarchi em 07 de Março de 2024

Declaração da Diretoria sobre a notícia de fechamento da Unidade de tintas automotivas da BASF

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