Confira artigo escrito por Remigio Todeschini
ATAQUES NOS DIREITOS PREVIDENCIÁRIOS: INSS REJEITA 1,2 MILHÕES PEDIDOS DE BENEFÍCIOS NO BRASIL NO 1º TRIMESTRE DE 2020.
Por Remígio Todeschini, pesquisador de saúde e previdência, e assessor da Fetquim-SP.
Entre os meses de janeiro e março desse ano o INSS recebeu 2,28 milhões de pedidos de benefícios de auxílio doença, aposentadorias e pensões dos segurados, e só concedeu 1,08 milhões desses pedidos, negando benefícios para 1,2 milhões de trabalhadores. É a primeira vez na história da Previdência Social desde 2006 que os indeferimentos superaram as concessões de benefícios, segundo dados estatísticos da própria previdência ( BEPS/03/20).
Para Airton Cano, coordenador político da Fetquim-CUT, isso demonstra “ Que Bolsonaro quer dizimar os mais pobres, como ocorre com a pandemia, quando corta benefícios previdenciários para os mais pobres e o auxílio emergencial para os que mais necessitam.”
Interessante que o governo Bolsonaro, segundo pesquisa divulgada pelo Valor Investe (03/06), tem liberado auxílio emergencial para famílias mais ricas que solicitaram o Benefício, adulterando dados, e 69% das famílias da classe A e B, tiveram um integrante que receberam o benefício, atendendo quase 3,9 milhões de famílias. Uma vergonha! Com discurso falso e as fakenews, o atual governo Bolsonaro da rachadinha dos filhos, favorece esse tipo de falcatrua, enquanto mais de 12 milhões de pessoas mais pobres e miseráveis não estão conseguindo ainda receber o benefício emergencial e sofrendo o massacre da pandemia do coronavirus.
Foram recusados nos primeiros três meses do ano, 480 mil auxílios-doença e 713 mil pedidos de aposentadorias e pensões. O governo deixa na rua da amargura muitos dos segurados que contribuíram anos para a previdência social. Parte dessa recusa decorre da falta de concursos públicos, para que com um número adequado de servidores, haja a verificação adequada de toda a documentação dos segurados. E piorará, na medida que a previdência contrate temporariamente militares aposentados, que não tem conhecimento mínimo da matéria previdenciária.
Isso contribuirá para o aumento de ações judiciais junto à Previdência, sabendo que o caminho correto é ter um número de servidores suficientes e um processo informático mais eficiente e acessível, e um cuidado para que as regras de transição da reforma previdenciária sejam observadas.