Nesta terça-feira, 25, as assembleias realizadas pelo Sindicato dos Químicos do ABC com os trabalhadores e trabalhadoras dos três turnos e setor administrativo da BASF Demarchi aprovaram uma pauta de reivindicações com vários pontos relacionados tanto à venda da Suvinil/Glasu!, quanto à periculosidade e justiça tributária.
“Os trabalhadores e trabalhadoras estão unidos, conscientes de seus direitos e prontos para defender seus interesses com diálogo”, ressaltou Fabio Lins, diretor do Sindicato e trabalhador na BASF Demarchi.
Confira abaixo os principais pontos da pauta e as devidas justificativas:
1. Combate à terceirização na produção, logística, laboratório etc.:
Somos totalmente contra a terceirização da atividade-fim. O Sindicato, assim como a CUT, combatem a precarização do trabalho. Já está provado que a reforma trabalhista do governo Temer não gerou empregos de qualidade, apenas piorou salários e condições de trabalho, sem beneficiar empregadores ou a economia. Nossa luta é por empregos de qualidade, sem precarização.
2. Isenção de IR no PPR:
As empresas, através de sindicatos patronais, fazem lobby por isenções fiscais para o setor. Nós apoiamos essas iniciativas, mas exigimos reciprocidade: queremos isenção de IR no PPR, já que investidores recebem dividendos sem tributação proporcional à nossa PLR. Defendemos também isenção de IR para quem ganha até R$ 5 mil, como alívio financeiro para a classe trabalhadora. Nós queremos que o setor patronal nos apoie nessa pauta de reduzir os nossos impostos.
3. Estabilidade de um ano para 100% do site após a chegada da nova empresa (cumprimento do Acordo de Transição) e Garantia de emprego e salário para todos/as que estão em vias de aposentadoria nos próximos 3 anos:
A Sherwin Williams concedeu apenas 6 meses de estabilidade para os cargos mais altos (Grade 4+). Queremos um ano de estabilidade para todos após a aquisição, especialmente para quem está próximo da aposentadoria. Esses trabalhadores dedicaram anos à BASF.
4. Pagamento da periculosidade para quem trabalha em setores que sempre receberam periculosidade:
A preservação da saúde e da vida dos trabalhadores é prioridade. Está provado que a BASF negligenciou e cometeu erros graves ao tentar retirar o adicional de periculosidade.
Muitos trabalhadores contratados a partir de outubro de 2022 não recebem esse direito. Vamos enfrentar a BASF – ou qualquer empresa que vier – para garantir o pagamento retroativo.
Não reconhecemos o laudo unilateral feito pela empresa. A própria Alemanha reconhece os riscos que esses trabalhadores enfrentam (Leia AQUI). Agora a BASF precisa se defender perante os órgãos alemães, mas já está claro que errou ao tentar retirar a periculosidade sem diálogo com os representantes dos trabalhadores – CIPA, Comissão de Fábrica e Sindicato.
Outros pontos
A Pauta também reivindica o pagamento integral do PPR para os desligados em 2025 e que a Sherwin Williams assuma o compromisso do pagamento dos 40% do FGTS para todos/as que se aposentarem de forma especial, entre outros.
Próximos passos
A Pauta aprovada será enviada à empresa nesta quarta-feira, 26, exigindo abertura de negociação para um acordo justo.
“Defendemos o diálogo e a negociação para a gente construir mais um acordo que dê a tranquilidade merecida aos trabalhadores e trabalhadoras da BASF Demarchi”, completa Fábio Lins.
