Neste 17 de maio – Dia Mundial de Luta Contra a LGBTQIA+fobia – o Coletivo LGBTQIA+ do Sindicato dos Químicos do ABC destaca o lançamento do programa popular “Brasil de Todas as Cores” como parte da celebração da data.
O programa reúne pautas relativas aos direitos da população LGBTQIA+ e aponta perspectivas para o fortalecimento de direitos, mas não está focado unicamente aos grupos dessa população. O documento foi elaborado sob uma perspectiva social mais ampla, tratando de temas como trabalho, meio ambiente, segurança, economia e saúde, entre outros.
“Não somos só o campo do gênero e da sexualidade. Nós somos seres-humanos que demandam educação, saúde e tantas outras pautas de maneira integral. Queríamos firmar isso. Dizer e deixar nítido de qual lugar estamos falando”, pontua Symmy Larrat, que preside a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Travestis e Transexuais (ABGLT).
O Programa Brasil de Todas as Cores também expõe a necessidade de criação de estruturas, ações e normas para enfrentamento à violência contra a população LGBTQIA+. São mais de 70 diretrizes elaboradas para nortear a construção de políticas não só no campo popular, mas também no poder público.
“Que seja o início de um debate coletivo, que não termine, mas que oriente toda a nossa ação de luta. Que oriente as nossas bases, mas também o conjunto da companheirada que vai assumir tarefas executivas, legislativas, judiciárias e tantas outras que são importantes para a construção da democracia”, explica Symmy.
Ato Fora Bolsonaro
O Programa Brasil de Todas as Cores será lançado dentro da programação do Ato Cultural “Bolsonaro Nunca Mais”, que acontece nesta terça-feira 17, a partir das 16h, na Avenida Paulista.
Será um protesto com participação de artistas e ativistas, visando fomentar, por meio da cultura e da arte, a resistência à política do atual presidente que tem colocado as vidas LGBTQIA+ em risco, além de denunciar o crescimento dos assassinatos, fruto do discurso fascista do próprio governo.
“O Brasil é o país que mais mata pessoas lésbicas, gays, bissexuais, travestis ou transexuais. É urgente mudar essa realidade”, destaca Jansen Nunes Rosa (foto), diretor do Sindicato dos Químicos do ABC que coordena a secretaria de políticas sociais e o coletivo LGBTQIA+ da entidade.
Dados sobre a LGBTQIA+fobia
Em 2021, 140 pessoas transexuais foram assassinadas no Brasil, segundo os dados do levantamento feito pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra).
Das vítimas, 135 são travestis e mulheres transexuais, cinco são homens trans e pessoas transmasculinas e, destes, 81% eram pessoas negras.
A Antra afirma que a expectativa de vida desta população é de 35 anos de idade.
O Brasil lidera mundialmente o ranking de assassinatos de pessoas trans. De acordo com um relatório da ONG Transgender Europe, um em cada três transexuais mortos no mundo é vítima no Brasil.]
Com informações da CUT e jornal Brasil de Fato