Todo apoio à greve dos entregadores de Apps, que lutam por EPIs contra o coronavírus, melhor compensação, auxílio pandemia e seguro contra roubo
Os entregadores de aplicativos realizam nesta quarta-feira, 1 de julho, paralisação nacional de atividades em apps como iFood, Uber Eats, Rappi, James e Loggi em protesto contra as más condições de trabalho.
Nas redes sociais, o movimento #BrequeDosApps pede apoio da população, para que não faça pedidos nessas plataformas durante todo o dia.
As manifestações estão acontecendo em vários estados do Brasil e também em cidades da Argentina, Uruguai e Paraguai. O movimento ganha força devido ao momento da pandemia, no qual a categoria é considerada essencial.
Os entregadores reclamam da falta de condições básicas, como banheiro, local para descansar e até mesmo falta de comida ou de tempo e espaço físico para realizar refeições. A categoria aponta que já lidava com falta de assistência e direitos básicos antes da pandemia de covid-19. Correndo, diariamente, o risco de contrair a doença, o movimento visa atrair mudanças importantes no setor.
Motoboys e ciclistas reivindicam segurança, alimentação, taxas justas de entrega, licença remunerada em caso de acidente e o fim da pontuação e dos bloqueios indevidos nas plataformas.
Sindicato internacional
A greve d esta quarta-feira vem com o lançamento da Rede Transnacional de Trabalhadores (RTT), uma organização internacional para defender os direitos dos trabalhadores e motoristas de app e táxi, informa o Mídia Ninja.
A iniciativa, segunda a reportagem, reúne organizações de EUA, Espanha, França e Reino Unido e busca organizar e conectar mais sindicatos e trabalhadores deste tipo de empresas ou setores afetados pela surto dos gigantes da tecnologia e pelos processos de desregulamentação, que permitem o crescimento representativo de empresas transnacionais.
A plataforma, lançada na Conferência Global de Trabalhadores Digitais, também inclui o RidersxDerechos, um grupo organizado de distribuidores de empresas como Glovo ou Deliveroo, Collectif des Livreurs Autônomos de Paris (CLAP), Mobile Workers Alliance (MWA) ou a União Internacional dos Empregados em Serviços da América do Norte (SEIU), que tem mais de 90.000 membros e defende os direitos trabalhistas de motoristas e motociclistas nos Estados Unidos e no Canadá.
“Esses aplicativos disruptivos entram em um país e tentam alterar as leis estabelecidas para impor seu modelo de negócios. Um modelo baseado na precariedade do Estado e no esvaziamento dos cofres do Estado com base no não pagamento de impostos ”, explicou Tito Álvarez porta-voz e coordenador do Taxi Project 2.0, uma das organizações que promoveu essa união global do Estado espanhol ao jornal El Salto.
CUT apoia o movimento
O presidente nacional da CUT, Sérgio Nobre, convocou todos os sindicatos, federações, confederações e estaduais da Central Única dos Trabalhadores a apoiar a organização da greve dos trabalhadores e trabalhadoras que entregam alimentação por aplicativos.
“A categoria tem toda a nossa solidariedade. Essa é uma greve mais do que justa contra a precarização imposta a esses trabalhadores”, afirma Sérgio Nobre, ao se referir aos entregadores, que são 10,1 milhões no País, segundo dados do Pnad-IBGE 2018, divulgados em dezembro de 2019. Os motoristas de aplicativos são 3,4 milhões, de acordo com o mesmo levantamento.
Passo a passo da greve
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Na web, o Portal da CUT também está compartilhando a mobilização