Assembleia desta sexta-feira autoriza Sindicato a assinar Convenção Coletiva com reajuste salarial pelo INPC acumulado e renovação das cláusulas sociais por dois anos
Os trabalhadores e trabalhadoras presentes à assembleia realizada nesta sexta-feira, 30 de outubro, no Sindicato, aprovaram a contraproposta patronal e autorizaram o Sindicato dos Químicos do ABC a assinar a Convenção Coletiva 2015 do Setor Químico, garantindo reajuste integral da inflação em uma única parcela e garantia dos direitos da convenção coletiva até outubro de 2017.
O coordenador da Federação dos Trabalhadores do Ramo Químico da CUT no Estado de São Paulo, Aírton Cano, destacou durante a apresentação da contraproposta a dificuldade que os sindicatos enfrentaram esse ano com o sindicato patronal. “A patronal queria mexer nos direitos, parcelar o reajuste como aconteceu com outras categorias, mas formos firmes reforçando o slogan da campanha salarial deste ano: nenhum direito a menos”, disse.
A PLR foi outro item que o sindicato patronal queria excluir da Convenção Coletiva. De acordo com o presidente do Sindicato dos Químicos do ABC, Raimundo Suzart, que também compõe a comissão de negociação da campanha salarial, a alegação dos patrões para retirada desse direito é que neste ano de 2015 nenhuma empresa terá lucros, logo, não há o que compartilhar com os trabalhadores. Após muita discussão, os sindicatos conseguiram manter a PLR, porém com alteração nas datas de pagamento.
“Nós discutimos e avaliamos que foi um grande avanço manter todos os direitos até 2017 e ter o reajuste do INPC integral em uma única parcela”, reforçou Raimundo.
Confira a proposta aprovada:
– Salários
Reajuste salarial pelo INPC-IBGE cheio (inflação acumulada de novembro de 2014 a outubro de 2015, estimada em torno de 10%) para todas as faixas salariais até o teto de R$ 7.929,13, acima desse valor, fixo de R$ 608,00.
– Pisos Salariais
Reajuste pelo INPC Integral
– PLR
Valores mantidos em R$ 930,00 para empresas com até 49 empregados e R$ 1.030,00 para empresas com mais de 49 empregados, com alteração na forma de pagamento:
- Parcela única : pagamento até 30/06/2016
- Duas parcelas: primeira parcela até 30/04/2016 e segunda até 31/10/2016
– Renovação de todas as cláusulas sociais por mais dois anos
Valores só serão conhecidos no dia 6
O índice da inflação nos últimos doze meses está estimado em cerca de 10%, mas o índice correto só será divulgado pelo IBGE no dia 6 de novembro.
Mobilização por pautas específicas
Como acontece todo o ano, nas fábricas em que os trabalhadores e trabalhadoras se mantiverem mobilizados haverá continuidade da luta por aumento real de salários, maior PLR e atendimento das reivindicações específicas de cada empresa.
Alerta Geral: Em defesa do emprego, Nafta já!
O presidente do Sindicato, Raimundo Suzart, denunciou na assembleia as amargas conseqüências para o emprego dos trabalhadores vinculados ao setor petroquímico se a Petrobras não renovar por um período de longo prazo os contratos para fornecimento de nafta, que vencem em 31 de outubro.
“Só no ABC paulista são aproximadamente 11 mil empregos em risco. Se considerarmos toda a cadeia de produção química que tem a nafta como matéria-prima principal, podemos dizer que outros 20 mil postos de trabalho poderão ser eliminados caso não cheguem a um acordo a Petrobras e seus clientes”, destacou.
Na manhã desta sexta-feira, o Sindicato realizou um ato em frente à sede da Petrobras, na av. Paulista, capital, em defesa dos empregos, distribuindo um manifesto à população (foto acima).
“Se for necessário, faremos novos protestos. Não estamos defendendo a Braskem e nem queremos saber se o preço será em reais, dólar ou euros, queremos a garantia de fornecimento da matéria-prima para que os nossos empregos sejam mantidos”, completou.
