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Dobram os auxílios doença do INSS com a Covid por doenças respiratórias

27/01/2021 às 14h17

Apesar da subnotificação e da falta das perícias médicas, os benefícios da Previdência Social concedidos por problemas respiratórios saltaram de 19,3 mil em 2019 para 51,3 mil no ano de 2020, segundo dados abertos da Previdência, o que equivale a um crescimento de 166%.  

“Sem dúvida esses números são a ponta do “iceberg” da realidade do adoecimento no Brasil”, afirma Airton Cano, coordenador da Fetquim.  Mostramos, em dezembro, a defasagem de benefícios no INSS por falta de perícias que deixaram os segurados sem proteção, uma verdadeira crueldade. Relembre aqui

Os dados gerais da contaminação e mortes por Covid-19 no Brasil são gritantes: 220 mil mortes, e 8 milhões de contaminados. Considerando que metade da população brasileira é segurada pela Previdência, podemos estimar que 4 milhões de trabalhadores segurados foram na prática contaminados.

Só entre profissionais de saúde no Brasil como um todo já tivemos 460 mil profissionais contaminados pela Covid. E os números da previdência, subnotificados e por falta da perícia médica, estão prejudicando os segurados como um todo.

Sem falar que continuam represados mais de 1,7 milhões de benefícios, sendo metade de auxílio doença tanto comum como acidentário.  No setor do Petróleo até meados deste mês de janeiro de 2021  tínhamos 4.415 trabalhadores contaminados e dezenas de trabalhadores afastados, segundo informes da FUP, o que significa um contaminado a cada 10 petroleiros.  No setor químico na pesquisa realizada em junho, pela UNB/Fetquim, entre 10 trabalhadores contaminados  constatamos que 6 deles tiveram o contágio comunitário a partir do local de trabalho.

A Fetquim-CUT tomou uma iniciativa importante de buscar informações quanto à defasagem de reconhecimento dos benefícios acidentários,  e através do deputado Padilha está aguardando informações do INSS. Leia aqui.   

“É o momento  de continuar pressionando pelo impeachment do Bolsonaro, como foi a manifestação do último final de semana, a  ampliação urgente da vacinação para toda a população e a retomada do auxílio emergencial, além do reconhecimento dos benefícios previdenciários negados cotidianamente pelo INSS” , afirma Airton Cano.

Prevenção e vacinação

Para André Alves, secretário de Saúde da Fetquim, “não podemos deixar cair os cuidados com os problemas da Covid”. “Os números de afastados por problemas respiratórios por problemas da Covid deverão crescer e precisamos continuar cobrar da Previdência o respeito aos direitos dos trabalhadores.  Alertando também que as centenas de  agrotóxicos liberados pelo governo Bolsonaro, e proibidos em outros países,  durante esses dois últimos anos contribuirão para aumentar os problemas respiratórios. Devemos continuar exigindo a vacinação para todos, e não ficar neste fogo cruzado entre Dória e Bolsonaro quanto à disputa oportunista pela vacina, pois os trabalhadores estão trabalhando intensamente 24 horas por dia no setor químico e inclusive nos finais de semana, daí a necessidade da vacinação já para todos.” 

Para o secretário geral do Sindicato dos Qúimicos ABC, Paulão, “a falta da perícia médica prejudica todos os segurados, na aquisição de qualquer benefício”. “O governo Bolsonaro, é um governo dos patrões, e tem por objetivo  prejudicar a vida de todos e salvar seus filhos. Em vez de fazer concurso coloca militares na previdência, sem experiência técnica, e faltam milhares de técnicos da previdência para fazer a previdência andar, além da falta de médicos. Ao cortar a perícia, Bolsonaro fez com que os trabalhadores procurassem a internet para ter direito a benefícios, mas metade dos trabalhadores tem dificuldade em acessar essa tecnologia. Bolsonaro está quebrando e prejudicando os brasileiros. E recentemente tem a questão vergonhosa da compra milionária de Leite condensado em todo o ano de 2020, que poderia ter sido usada para comprar vacina que falta ou mesmo continuar pagando o auxílio emergencial para todos.”

Fonte: Assessoria Previdencia e Saúde, Fetquim-CUT, Previdência – BEPs (10/2020), Agora e Extra.