Sindicalistas dos setores petroquímico e petroleiro, acompanhados de representantes do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), alcançaram um importante compromisso do governo Lula nesta quinta-feira, 05 de dezembro, em Brasíslia: a retirada da questão dos limites toleráveis do benzeno da pauta da próxima reunião da Comissão Tripartite Paritária Permanente (CTPP), marcada para o próximo dia 10.
O encontro também garantiu a ampliação do debate sobre a revisão da Norma Regulamentadora (NR) 15, Anexo 13A.
A reunião foi solicitada por entidades sindicais como a Fetquim, CNQ/CUT, CTB e a NCS, que expressaram preocupação com a forma como o setor patronal tem conduzido as discussões na Comissão sobre a aprovação do Limite de Exposição Ocupacional (LEO) ao benzeno.
Para os líderes sindicais, tal medida representa um retrocesso significativo e um risco grave à saúde dos trabalhadores e trabalhadoras.
Airton Cano, coordenador político da FETQUIM, esteve presente no encontro e destacou a importância do diálogo com o MTE. “Conseguimos um compromisso essencial para a segurança dos trabalhadores. O debate sobre o benzeno precisa ir além de limites quantitativos e considerar a frequência e a qualidade da exposição”, afirmou.
O coordenador da Regional Santo André do nosso Sindicato, Joel Santana de Souza, representou a categoria química do ABC na atividade.
Durante a reunião, a assessora da bancada dos trabalhadores, Dra. Arline Arcuri, pesquisadora aposentada da Fundacentro, apresentou argumentos técnicos que reforçam a manutenção do Valor de Referência Tecnológico (VRT) e a necessidade de fortalecer as Comissões Nacional e Estaduais do Benzeno (CNBz e CEBz).
Segundo Arline, o benzeno é um agente cancerígeno, e o debate não deve ser limitado à definição de valores de referência, mas também considerar aspectos qualitativos da exposição.
O compromisso assumido pelo governo de revisar o encaminhamento da pauta é visto como um passo fundamental para garantir que a segurança e a saúde dos trabalhadores não sejam comprometidas por interesses econômicos.
As entidades sindicais seguirão acompanhando o tema de perto e defendendo condições dignas para os trabalhadores/as.
Com informações da Fetquim