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Grito dos Excluídos volta às ruas no bicentenário da Independência

Escrito por: Redação
06/09/2022 às 11h56
Grito dos Excluídos volta às ruas no bicentenário da Independência

No próximo 7 de setembro se completam 200 anos da proclamação formal da Independência do Brasil, às margens do rio Ipiranga.

Dois séculos depois, o dia parece condensar a tensão política no país às vésperas de um pleito atípico.

A comemoração conta com a chegada do coração de Dom Pedro I, trazido de Portugal e exposto em Brasília; ato de tom golpista convocado por Bolsonaro no Rio de Janeiro; e manifestações de movimentos populares pelo Brasil.

Será a 28ª edição dos atos do Grito dos Excluídos e das Excluídas, sob o eixo “Brasil: 200 anos de (In)dependência. Para quem?”.

O objetivo é reverberar a voz dos que não foram incorporados a esse Brasil considerado independente. Com o tema permanente “Vida em primeiro lugar”, o Grito tem marchas previstas em todo o país.

Em São Paulo, capital, o ato terá início às 9h, na Praça da Sé.

Desde 1995, a manifestação faz do 7 de setembro uma data de luta, exatamente pelo avesso do orgulho nacionalista que a versão militar e institucional busca emplacar.

Grito dos Excluídos e a luta pela igualdade e defesa do planeta

“É simbólico que a gente esteja realizando o Grito no momento mais grave que o país vive desde a sua redemocratização. Questionar e refletir sobre as bases fundantes da nação brasileira tem muito a ver com o que a gente está vivendo”, avalia Ângela Guimarães, presidenta da União de Negras e Negros pela Igualdade – UNEGRO e integrante da Coalizão Negra por Direitos.

“Nós lutamos para continuarmos livres e independentes desde a chegada das caravelas”, destacou Márcia Mura, do povo Mura, de Baixo Madeira (RO) e integrante do grupo Wayrakuna, formado por mulheres indígenas.

“… independente de esquerda ou direita, enquanto houver a política neoliberal como prioridade, nós – povos indígenas, quilombolas, ribeirinhos, de periferia – vamos ser o alvo. A gente quer que esse grito ecoe pelo mundo inteiro. Não porque a gente não sabe lutar ou defender nosso território. A gente faz isso há 522 anos”, salienta a Márcia Mura: “Mas essa luta precisa ser do mundo inteiro porque ao defender nossos territórios, defende-se a vida do planeta”.

Com informações do Brasil de Fato

Leia a matéria completa sobre a coletiva dos movimentos no site Brasil de Fato