A equipe da TV Químicos ABC apresenta reportagem do ato realizado em 25/5, em São Paulo, e relato da militante presa com Hanssen no 1º de Maio de 1970
Aos que não puderam comparecer ao ato em homenagem a Olavo Hanssen, realizado na Vila Mária Zélia, em São Paulo, no dia 25 de maio passado, a Tv Químicos do ABC disponibiliza três vídeos:
1. Videoreportagem do ato feita pela equipe de imprensa do Sindicato dos Químicos do ABC
3. Íntegra do ato, filmado pela Comissão da Verdade Rubens Paiva
Emoção e clamor coletivo por justiça marcam homenagem a Olavo Hanssen
Na semana em que membros da Comissão Nacional da Verdade defenderam a revisão da Lei da Anistia, o ato público em homenagem a Olavo Hanssen, operário militante assassinado pela ditadura militar, reuniu mais de 300 pessoas na tarde do sábado 25/5 para reivindicar justiça.
Convocado pela Comissão da Verdade Rubens Paiva, de São Paulo, e por várias entidades, o ato foi realizado no Salão da Sociedade Amigos da Vila Zélia, na zona leste da capital, o mesmo local onde ocorreu a manifestação de 1º de Maio de 1970 na qual o operário químico Olavo Hanssen foi preso e depois torturado e morto pelos agentes da ditadura.
Além de sindicalistas, militantes, representantes partidários e de movimentos sociais e de direitos humanos, estiveram presentes familiares de Olavo Hanssen e alguns de seus companheiros e companheiras de militância que foram presos e também torturados, mas conseguiram sair com vida do DOPS.
O Sindicato dos Químicos do ABC, uma das entidades apoiadoras da atividade, foi representado por uma delegação expressiva, composta por diretores e membros das representações nos locais de trabalho (OLT). Os alunos e professores da escola Olavo Hanssen, de Mauá, também prestigiaram a homenagem.
“Não há justiça sem punição”
A mesa de abertura foi composta por representantes da Comissão da Verdade, dos Sindicatos, da CUT e representações partidárias. O Secretário de Saúde, Trabalho e Meio Ambiente, José Freire, saudou os presentes e a iniciativa em nome da categoria química do ABC.
Vários oradores destacaram a necessidade de trazer à luz todos esses fatos para que isso jamais se repita na história do País e que essa impunidade aos torturadores e assassinos da ditadura contribui para que hoje os grupos de extermínio continuem assassinando nossos jovens na periferia.
“Passados 43 anos da morte, qual é a melhor maneira de homenagear Olavo? É fazer deste ato uma grande manifestação pela transformação da Lei de Anistia de 1979. Temos condições de reagir, não entendo porque esses assassinos estão impunes”, afirmou o deputado estadual e presidente da Comissão da Verdade Rubens Paiva, Adriano Diogo (PT-SP).
Os presentes também aprovaram uma carta à Presidenta Dilma clamando que os criminosos da ditadura devem pagar perante a Justiça por seus crimes.
“Minha jangada vai sair pro mar”
A segunda mesa contou com a presença de companheiros e companheiras de Olavo Hanssen, que deram depoimentos importantes sobre as circunstancias de sua prisão e morte, sensibilizando todos os presentes. Outro momento que tocou a todos foi a participação do Coral do Grupo Cultural Luther King cantando a “Suíte dos Pescadores”, de Dorival Caymi.
“Essa música era cantada por nós, militantes presos, a cada transferência ou soltura de um companheiro ou companheira, como um hino de resistência na prisão, um estímulo a continuar lutando”, explica Ivan Seixas, coordenador da Comissão da Verdade Rubens Paiva.