Confira artigo do diretor do Sindicato Aírton Cano, coordenador político da Fetquim/SP
Por Aírton Cano*
A gripezinha vinda da China parecia ser mais uma onda daquelas gripes controladas nos últimos anos ( SARS e H1N1) . A sociedade mundial, no entanto, deparou-se, em 4 meses, com um avassalador contágio que atingiu 3,6 milhões de pessoas no mundo, e matou quase 1/3 de milhão da população.
Pior é que o governo Bolsonaro, autoritário e fascista, cortou boa parte da renda dos trabalhadores e mais pobres. Apesar do governo impor uma MP que corta salários, em muitas atividades econômicas químicas, houve a continuidade dos salários com negociações coletivas e em outros locais houve redução com a imposição do contrato individual. Em nível nacional o governo junto com patrões cortaram 500 bilhões na economia. Isso dificultará a retomada de crescimento e prejudicará o nível de emprego.
É preciso que haja uma mudança do modelo neoliberal excludente atual, que está retirando constantemente direitos, para um modelo mais social e includente com produção de produtos de 1ª necessidade, com mais saúde e educação. É preciso pressionar o poder público para que haja um orçamento de proteção social, com uma renda mínima permanente, como os R$ 600,00, e do emprego com investimento de bilhões do setor público para que a economia volte a girar com renda e empregos e fortalecimento das Estatais como Petrobrás e a reestatização da Embraer. Nós da FETQUIM defendemos projetos na Câmara, como o do Dep. Alexandre Padilha, que dá prioridade a produção para bens essenciais, na defesa da saúde e dos empregos.
Esse contágio também exigirá mudança em diversas medidas de saúde do trabalhador. Em muitas atividades essenciais do setor químico e farmacêutico a proteção é muito capenga. Trabalhadores tem de enfrentar o transporte público com risco de contaminação. Os locais de trabalho oferecem muita proximidade entre trabalhadores, sem falar da proteção individual insuficiente. É urgente uma revisão de todas as normas regulamentadoras de saúde do trabalhador. A instrução da inspeção do Trabalho de 27/03 foi muito medíocre. Em vez de cortar normas, deve existir urgente o diálogo social com o movimento sindical para termos um modelo de proteção. Um novo modelo de prevenção e atenção à saúde dos trabalhadores robusto e democrático, com novas normas para enfrentar o atual e posterior momento da pandemia.
Essa hecatombe econômica e sanitária está mostrando que o modelo neoliberal é cruel e danoso. É hora de cobrar uma mudança de modelo econômico, mais social, solidário, que vise proteger o emprego e o futuro das nossas família com mais saúde para todos. Sem dúvida o começo desta mudança é descartar o governo antipovo com o FORA BOLSONARO!
*Aírton Cano é diretor do Sindicato dos Químicos do ABC e coordenador político da Fetquim/SP
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