Celebrada em 28 de Abril, o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do Trabalho integra as ações sindicais da semana do 1º de Maio – Dia do Trabalhador e da Trabalhadora – em todos o mundo. Este ano, devido à pandemia do coronavírus, a data irá homenagear aqueles que estão na linha de frente desse combate: os profissionais do setor da saúde, que além de maior exposição também enfrentam um grande descaso dos governantes com a falta de equipamentos de proteção (EPIs). Também serão lembrados os profissionais dos serviços essenciais como coleta de lixo, supermercados, drogarias, transportes coletivos e alguns setores da indústria química, inclusive.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde – OMS, o percentual de trabalhadores da saúde afetados pela Covid-19 varia entre 8% e 10%. De 31 de dezembro de 2019 a 23 de março de 2020, o mundo contabilizou aproximadamente 335 mil casos de Covid-19, em 190 países. Já ocorreram mais de 15 mil mortes. Não existe um levantamento oficial do número de profissionais da saúde afastados em todo o Brasil após o início da pandemia, mas estima-se que o número de enfermeiros e técnicos possivelmente infectados e afastados ultrapassa o número de 1.200 casos. A maioria dos profissionais de enfermagem afastados tem entre 31 e 40 anos, e 83 % são mulheres, apurou o Fantástico de 26/4.
“No domingo 26/4 chegamos a quase 3 milhões de doentes por Covid-19 no mundo e a cerca de 206 mil mortes. Sendo mais de 61 mil casos no Brasil, com mais de 4 mil mortes, segundo o Ministério da Saúde. Muitos destes são do setor saúde e de serviços essenciais, superando os grandes acidentes ocorridos nos últimos 100 anos”, pontua o secretário de Saúde do Sindicato, Paulo Sérgio da Silva Lima. “Estamos diante de uma grande tragédia mundial”, disse.
Origem da data
O Dia Mundial em Memória das Vítimas dos Acidentes e Doenças relacionados ao trabalho tem sua origem no movimento sindical canadense, tendo se internacionalizado em 1996, quando um grupo de sindicalistas – da CUT Brasil, inclusive – realizou pela primeira vez na sede da ONU em Nova Iorque, uma cerimônia de velas acesas, que chamou a atenção de todos os governos para a gravidade do assunto. No Brasil, desde 2003, a data é reconhecida formalmente pelo governo e pelas organizações de trabalhadores e empregadores, a partir de iniciativa da Fundacentro, órgão de pesquisa do Ministério do Trabalho e Emprego.
Foi também em 2003 que a Organização Internacional do Trabalho (OIT) adotou a data como o Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho. Hoje, em mais de 120 países, cerimônias públicas e religiosas, além de eventos técnicos e protestos são realizados com o objetivo de fortalecer a luta em defesa da saúde e segurança dos trabalhadores(as).
Na região do ABC, o Sindicato dos Químicos realizou pela primeira vez, no ano de 1998, uma manifestação pública na região do Polo Petroquímico contra a contaminação dos trabalhadores pelo Benzeno, contando com a presença dos prefeitos de Mauá e Santo André, líderes religiosos e comunitários e dezenas de trabalhadores. Desde então, são organizadas atividades com o objetivo de não deixar cair no esquecimento aqueles que um dia perderam a saúde ou a vida em razão de produtos e processos insustentáveis de trabalho.
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