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Machistas não passarão: Ex-ministra Eleonora ganha o recurso contra Frota

24/10/2017 às 15h30

Ela foi absolvida do pagamento de indenização por danos morais ao ator

Centrais sindicais, sindicatos, movimentos sociais e mulheres dos mais variados grupos celebraram a decisão do julgamento realizado na manhã desta terça-feira, 24, que foi favorável à defesa da ex-ministra da Secretaria de Políticas para as Mulheres, Eleonora Menicucci, que sofreu uma ação judicial movida pelo ator Alexandre Frota.

Os manifestantes estavam concentrados em frente ao Fórum João Mendes, área central de São Paulo, desde cedo, para apoiar Eleonora e protestar contra a cultura do estupro. Dirigentes do SIndicato e da CNQ-CUT estiveram presente à manifestação. Para a coordenadora da Secretaria da Mulher Trabalhadora da CNQ e coordenadora da Comissão das Mulheres Químicas do ABC, Lucimar Rodrigues, essa é uma vitória de todas as mulheres, contra o machismo, a violência e o estupro.

Para entender o caso

Frota moveu ação contra Eleonora por ela ter criticado a entrevista do ator pornô que, em um programa de televisão, confessou ter feito sexo com uma mãe de santo desacordada, e pede R$35 mi

l de indenização.

À frente do Ministério das Mulheres à época, no governo da presidenta eleita

 Dilma Rousseff, a ex-ministra repudiou a atitude do ator considerando o seu relato uma violência e uma apologia ao estupro.

Os movimentos exigem também a revogação da condenação já que em maio deste ano a juíza de primeira instância, Juliana Nobre Correia, divulgou sentença condenando a ex-ministra a indenizar o ator em R$ 10 mil. Depois houve um embargo de declaração para novo julgamento, que não teve resultado favorável à Eleonora.

A primeira audiência aconteceu no dia 6 de setembro de 2016. Desde então, vários julgamentos aconteceram. Eleonora não aceitou acordo com o ator e afirmou que “com golpista e machista não há conciliação”.

Ao final desta audiência, no ano passado, a ex-ministra fez um depoimento público às mulheres dos movimentos em seu apoio. “A minha história jamais permitiria que eu fizesse um acordo. Nem pedir desculpas e, tampouco, achar que ele fez o programa gratuitamente. Ele está me processando por eu ter falado que ele fez apologia ao estupro? Há uma articulação maior do que o simples fato dele estar me processando. Essa é uma cultura fascista que nós estamos enfrentando no Brasil”, afirmou à época.

Histórica militante de esquerda nos anos 1970, Menicucci resistiu à ditadura brasileira e tem vasta bagagem na luta pela democracia, pelos direitos humanos e os direitos das mulheres no Brasil.

Com informações da CUT-SP